Tomaram posse 7 novos Secretários de Estado do Governo de Pedro Passos
Coelho (PPC), uma remodelação que inclui um ex-administrador do Banco
Português de Negócios/Sociedade Lusa de Negócios e da equipa de Oliveira
e Costa.
A par de algumas alterações já esperadas no governo, e até do crescimento
da sua dimensão, a ascensão de Franklin Alves (FA) a Secretário de Estado
do Empreendedorismo causa perplexidade a quem ainda tiver dúvidas sobre
o desprezo que o atual governo dispensa à ética.
Está por esclarecer ainda a lógica de nacionalização do BPN, deixando de
fora a SLN, isto é, a nacionalização do prejuízo e a proteção privada do lucro,
pelo governo anterior de José Sócrates.
Nomear FA para cargos de governo antes de apuradas as suas
responsabilidades e extraídas as necessárias consequências, sobretudo
daquelas responsabilidades já evidenciadas na audição a que foi sujeito
na Assembleia da República, não seria avisado para um Governo que se
preocupasse com a ética na politica.
Na verdade, um primeiro-ministro que tem como braço-direito um
habilidoso licenciado à pressa, (com o vergonhoso silêncio de um Conselho
Científico da respetiva universidade), não hesita reforçar a confiança numa
personalidade saída da teia pérfida que foi o BPN/SLN.
Entretanto, em Espanha rebentou o caso dos pagamentos, entre outras,
das empresas de obras públicas ao Partido Popular, geridas pelo tesoureiro
Bárcenas. Nas contas de Bárcenas destacam-se as doações de empresas
que no mesmo período receberam do Estado 6.600 milhões de euros em
obras públicas.
Em suma, as equipas que nos governam na península ibérica não param de
causar a maior desconfiança nos eleitores, cujos protestos terão de aumentar
de volume se quisermos secar com o pântano politico que se instalou nos
postos mais altos do Estado.
Fernando Lucas (Coordenação nacional do +D = Democracia em Movimento)
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