quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

[Opinião +D] Os Mensalões Ibéricos

A Espanha está agora confrontada com um enorme escândalo que envolve o primeiro ministro, com pagamentos ilícitos, durante vários anos, do saco azul do seu partido, o PP (equivalente ao PSD português), que escaparam ao fisco. Mas antes já tinham havido outros, como com o banco Bankia, que devia apoiar as autonomias de Espanha e cujo presidente já fora um alto cargo do Banco Central e do PP, que haveria de falir por desmandos feitos na condução do Banco. Depois, outros desvios graves com o Governo autonómico de Valência, também do PP e na Galiza com o dirigente autonómico do PP, e enfim, com o genro do rei de Espanha, também envolvido com negócios pouco claros com governos das autonomias do PP. Sobre tudo isto foi passada uma esponja porque o governo decretou um perdão fiscal. Logo todos estes roubos estão em grande parte perdoados, no que toca a pagamentos ao Estado, embora possa haver responsabilidades a assumir.

Claro que todos os envolvidos se declaram sumamente inocentes, estão todos de "consciência tranquila", acham que são "perseguições politicas" ou invenções para os desacreditar.

E por cá? Temos situações idênticas: a falência do banco BPP em que não há culpados, o caso de corrupção dos submarinos, onde é difícil encontrar os envolvidos (mas na Alemanha já foram julgados alguns casos semelhantes), o assunto do Godinho sucateiro, envolvendo gente do PS e do BCP, o banco da Madeira que o Estado acaba de apoiar à beira da falência, o caso do desgoverno da Madeira, em que não há culpados, mas vamos todos pagar, sem falar nos escândalos das autarquias, como a de Oeiras, o do major Valentim Loureiro, o do Presidente da Câmara de Faro que o tribunal destituiu, e desobedece, mantendo-se no cargo, e agora até aparece nítida a escuridão dos processos futebolísticos, onde há sempre políticos nos corpos directivos, veja-se, por exemplo, o que está a passar-se no Sporting... Agora temos mais um motivo de escândalo com a nomeação do Secretario de Estado Franquelim Alves para o ministério da economia, e que foi da SLN, a empresa que controlava o BPN, ou seja, foram colocar a raposa na capoeira...

Pergunta evidente: acham que tudo isto prestigia os partidos do arco do Poder que há tantos anos estão nos governos da República? Creio que é altura de mudarmos de ponto de vista e obrigarmo-nos a uma outra forma de fazer política. Depende só de nós....

António Serzedelo (Coordenação Nacional do www.maisdemocracia.org)

Sem comentários:

Enviar um comentário