sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

[Opinião +D] Promessas, vãs promessas…

Em nada na vida devemos prometer o que sabemos à partida que não podemos cumprir. É um princípio, um importante valor, creio eu, que nos foi ensinado a quase todos pelos nossos pais quando éramos
pequeninos.

Mas na política sempre houve, e incompreensivelmente continua a haver, o hábito de contrariar esta regra básica da nossa correcta e boa vivência. É o que acontece reiteradamente, obviamente salvo honrosas excepções, desde a mais pequena autarquia até ao Governo. E é a propósito mesmo do Governo que estes comentários agora aqui surgem.

O ministro das Finanças afirmou esta semana que, por o final de 2012 ter sido mais negativo do que se esperava, as estimativas de crescimento para o corrente ano têm de ser revistas em baixa. Agora espera uma recessão de 2% em vez do 1% estimado anteriormente. Diz ele: "Os desenvolvimentos no final de 2012 terão um impacto negativo no ano corrente. No sétimo exame haverá como é normal uma revisão das previsões macroeconómicas”. Como é normal?! Então o normal não seria fazer logo previsões um pouquinho mais próximas do que já todos previam e sabiam que ia ser a realidade?!

Está o ministro agora confiante que a Comissão Europeia aceitará dar mais um ano a Portugal para cumprir as metas do défice. Mas lembram-se que há umas semanas atrás estavam todos eufóricos porque tínhamos voltado aos mercados, não lembram? Mas porque é que andamos de previsão em previsão, alterando-as
para pior pingo a pingo? Será que alguém ainda pensa que as pessoas ainda acreditam piamente que são reais as previsões primeiro menos gravosas, depois mais um pouco e depois sempre mais e mais em direcção ao buraco? Nem os próprios nelas podem acreditar. Ou será que estou enganado e que são mesmo é inocentes e ingénuos?!

Mas não me parece…

 
 
 
Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)

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