Recorde se que o seu antecessor João Paulo II, quando pensou em fazê-lo,
foi objecto de tal pressão, que não conseguiu levar por diante o que
queria, e depois,fomos assistindo ao espectáculo triste da degradação
física do Pontífice, em público e até à sua morte.
Bento XVI teve de enfrentar algumas questões muito complicadas
durante o seu pontificado. E enfrentou-as com coragem, embora nem sempre
com o sucesso que seria de esperar: a questão da pedofília do seio da
Igreja, o Vaticanoleaks, fugas de informação internas que levaram à
prisão do seu mordomo,e enfim, os escândalos com a lavagem de dinheiro,
que provocou a demissão do Presidente do Banco das Obras Pias, o Banco
do Vaticano.
Agora já só se fala no post Papam. Os cardeais sem tempo para
travarem as habituais conversas de corredor, e de salão, pré
consistório, surpreendidos pela súbita medida inovatória deste seu
líder,
vão reunir-se já em Março, para eleger o novo pontífice da Igreja
Católica Romana, soberano do trono mais absoluto da Humanidade, reinando
sobre mais de mil milhões de almas espalhadas por todo o mundo, e tendo
de enfrentar todos os desafios da modernidade, que o Concilio Vaticano
II tentou abordar, e em muitas páginas ficou esquecido: no plano da
igualdade dos sexos, do sacerdócio, e dos novos costumes-sexualidades,
com que se defronta a sociedade. Por isso, o nosso cardeal D. Policarpo
diz que a Igreja precisa de um Papa mais jovem, enquanto o bispo de
Fátima refere que tem de saber sair da Europa. Já há papas pré
apontados, um canadiano, outro italiano e outro negro da Nigéria, mas
será bom recordar que quem entra Papa para o consistório, sai dele
cardeal.
António Serzedelo (membro da Coordenação Nacional do +D)
Sem comentários:
Enviar um comentário