Num mundo cada vez mais globalizado, leia-se, dominado por
empresas multinacionais à escala global, a contribuição destas empresas para os
impostos nacionais, é escandalosamente inferior à que é paga pela generalidade
das empresas de pequena e média dimensão, nos mesmos países.
Num estudo da OCDE agora divulgado, afirma-se que algumas
“multinacionais usam estratégias que lhes permite pagar no máximo 5% de imposto
sobre lucros, enquanto as empresas mais pequenas pagam 30%”
Temos convivido internacionalmente com sistemas fiscais que
viabilizam a realização de lucros das empresas num pais e o pagamento de
impostos noutro, previamente escolhido, por ter um nível de taxas sobre os impostos
mais baixo.
Percebe-se que este jogo tem andado muito viciado, porque
permite às maiores empresas evitar a prestação que lhes seria devida pela
tributação dos seus negócios. Essas empresas conseguem transferir para os
consumidores dos seus produtos e serviços a maior parte do custo do
funcionamento do Estado, que lhes assegura esse jogo.
Tem-se discutido, noutros fóruns, a indispensabilidade de
anulação do efeito fiscal nas economias,
originados nos designados paraísos fiscais, mas ninguém acredita que os atuais
políticos sejam aptos para tal ousadia.
É neste contexto viciado que os portugueses têm vindo a ser chamados
a participar no esforço nacional para balancear as dívidas do Estado.
Fernando Lucas (membro da Coordenação Nacional do +D)
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