quinta-feira, 31 de outubro de 2013

[Opinião +D] Hora de ponta em Bangladesh

A humanidade quando aceita as regras e sem as questionar as segue, conquista feitos notáveis: índices de natalidade recordes, felicidade, produtividade a baixo custo, crescimento, fé, convivência pacífica e outros que marcaram os últimos séculos.

As regras são claras e acessíveis a todos os que queiram conhecer o Grande Livro.

Aceitar que se é, apenas, parte de um todo, peça do grande engenho, grão de areia do deserto que é a humanidade. Praticar rituais eternizados de forma mimética que garantem a realização de determinados fins. Nunca, mas nunca deixar a dúvida entrar nas suas vidas pois estas não são de cada um, mas da tal entidade maior. Da tal entidade donde emanam as regras. Essas regras que atravessaram gerações e séculos, sempre garantindo a felicidade à humanidade que as aceita. Sempre garantindo que ninguém olha para si mesmo como o centro do mundo.

Estes são alguns dos pressupostos da maior parte da humanidade.

(A pessoas que desafiam constantemente as regras e apostam na realização individual como desígnio da humanidade, está reservada a dúvida e o tormento da existência.) É o que me ocorre quando vejo o filme que se segue.

Hora de ponta em Bangladesh: http://safeshare.tv/w/vwncRciSFb

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

[Opinião +D] As revoluções não se fazem com idosos, pensionistas-APRE ou grisalhos quarentões

As revoluções não se fazem com idosos, pensionistas-APRE ou grisalhos quarentões. Fazem-se com Jovens.

Jovens, com pouco a perder, sangue nas guelras e força física e mental. Jovens desses dez mil que emigram aos dez mil por mês.

Dos que restam, muitos têm a mente entorpecida por décadas de intensa bovinização mediática e cibernética compartimentando a sua "rebeldia" a actos estéreis ou descontextualizados (como, p.ex. a piela regular ao fim-de-semana ou a colocação sacramental dos sapatos sobre bancos de transportes públicos).

A renovação do Sistema terá assim que se fazer por dentro, já que os militares não estão disponíveis, os jovens ou estão (maioritariamente) emigrados ou desinteressados e os grisalhos e pensionistas fisicamente indisponíveis ou condicionados pelo Medo.




Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

[Opinião +D] A propósito do dia Internacional do idoso, 1 de Outubro de 2013

Vive-se um tempo de viragem civilizacional. Um período de mudança em que a mais visível é alteração da cartografia social. A inversão da pirâmide demográfica é marcada, hoje, pela chamada “geração grisalha”. Dados da Pordata apontam um envelhecimento da população Portuguesa, da ordem dos 129,6% por cento. Significa isto quase 130 pessoas com mais de 65 anos para 100 até aos 14 anos. Nesta estatística sobre envelhecimento, apenas se encontram num escalão mais elevado a Alemanha, a Itália, a Bulgária e, a par de Portugal, a Letónia. A existência de um cada vez maior número de pessoas idosas, traz novos cenários à organização social e comunitária A população acima dos 65 anos atinge 27% da população. Nos últimos dez anos verificou-se um aumento das pessoas entre os 75/84 anos de 28% para 38%. O impacto fundamental da situação ocorre, basicamente, no trabalho e na família. As questões que se agudizam, de forma estrutural, no mundo do trabalho afetam, particularmente, as populações mais vulneráveis, - os idosos -. Nas famílias as dificuldades sentem-se pois não só esta sofreu profundas alterações como, devido à longevidade dos seus membros, se lhes coloca a necessidade de lhes prestar cuidados. Os políticos tomam consciência da situação. Propõe medidas para minimizar os seus efeitos globais. Em Dublin, nos dias 13 e 14 de Junho de 2013 realizou-se a “Cimeira Europeia Sobre o Envelhecimento Ativo”, com vista a diminuir as pressões sobre os sistemas de saúde e o prosseguimento de medidas tendentes ao envelhecimento ativo e saudável. Para aliviar os sistemas de segurança social decidem prolongar o tempo de trabalho. Poderia compreender-se mas, paradoxo. Quem procura trabalho com 40 e tais anos ouve, com frequência “ hum.... já e velho para trabalhar”. E, ainda, “tem um grande currículo...”. Que se dirá então aos de mais de 65 anos? Como refere Peixoto (2007) a representação social na velhice está bastante marcada, pela revolução industrial e inserção do idoso, no processo de produção”. Após diminuírem as forças, o que vai ocorrendo em diferentes momentos, é-lhe conferido o estatuto de inutilidade. O mesmo se passa com os avanços das tecnologias não acessíveis a muitos. Sustentar os mais velhos no mercado de trabalho não compensava o salário pago. Restava, então, passá-los à aposentadoria. Diminuiriam os custos e proceder-se-ia, deste modo, à renovação ou refrescamento dos quadros. Mais que assistencial a perspetiva foi e é economicista. Eis, senão quando, o contrato estabelecido foi lançado por terra. Inclementemente anunciam cortes brutais nas reformas no mais vil desrespeito pelos compromissos assumidos. O que pode considerar-se um enorme ganho da humanidade parece tornar-se, agora, uma ameaça – para o próprio e para a sociedade. Importa viver mais mas, sobretudo, viver melhor. Que se pense nisto e se atue contra porque, quanto mais não seja, todos serão idosos.





Conceição Couvaneiro (Conselho Geral do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

[Opinião +D] A culpa é sempre dos outros

Pela enésima vez, “Sócrates voltou” e, como sempre, os seus viúvos e viúvas não disfarçaram a excitação. O que até se compreende: face ao “mar morto” chamado António José Seguro, até um fantasma consegue causar um tsunami, mesmo que este seja apenas uma ilusão de óptica.

Pela enésima vez, voltou igualmente a “narrativa socrática” sobre a crise que nos assola e o seu falacioso dilema: responsabilidade nacional ou internacional. Como se a crise não tivesse essa dupla raiz: decerto internacional, mas também nacional (como aconteceu na Grécia, que teve Governos ainda piores do que os nossos). E dessa quota-parte Sócrates não se livra, mesmo que, em jeito de penitência, leia mais 10 vezes a “Crítica da Razão Prática”.


Mas pode ser que resulte. Como se costuma dizer, “o povo tem memória curta” e se até na Islândia os partidos que mais directamente envolvidos na bancarrota já regressaram, através de eleições, ao poder, não é inimaginável que o mesmo aconteça em Portugal. Afinal, Sócrates, como nunca se cansa de repetir, limitou-se a “seguir as ordens de Bruxelas”. Quando este Governo estiver enfim morto e enterrado, dirá, de resto, o mesmo: “a culpa foi da Troika”.






Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

[Opinião +D] Do meu olhar pelas cidades resulta que há muitas estruturas condutoras de sinal obsoletas

Do meu olhar pelas cidades resulta que há muitas estruturas condutoras de sinal obsoletas e as que não estão enterradas, usam abusivamente a propriedade privada para se pendurarem literalmente...

Se o município obriga as campanhas autarquicas a retirarem a sua publicidade, porque é que não obriga os utentes das cablagens e outras estruturas a retirarem o seu lixo? Há, pois, porque não querem meter-se com os grandes da economia.... pobre da câmara, que precisa de lamber o e*****o à PT, para que esta se cale enquanto continuar a dever-lhe balúrdios!


O ciclo vicioso e viciado! Não me chateies que eu não te chateio! quando contribuem para este tipo de cadeias alimentares fechadas, esquecem-se que só sobrevivem com a contribuição dos que não estão incluídos no ciclo. Estes "tu e eu" de tão sugados, chegarão ao dia em que já não têm mais para lhes dar e ainda os terão de aturar a berrarem que nem desmamados porque não lhes chega para continuarem à sombra do porvendos.... quem escreve assim, não é Sócrates!

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

[Opinião +D] Miguéis de Vasconcelos

Os Portugueses parecem não se terem ainda apercebido que perderam a Independência Nacional: as principais decisões do Governo não são já decididas localmente e de forma a respeitar os desejos e aspirações dos cidadãos-eleitores, mas por forma a honrarem os compromissos com os credores (antes especuladores e banqueiros, hoje, FMI, BCE e CE, que recompraram praticamente toda a nossa dívida).

A Europa manda em nós. Os nossos desejos (democraticamente expressos em sufrágio) são irrelevantes e a vontade das chancelarias do norte da europa, imperialmente soberana. Cavaco, Passos e Portas não são mais que novos Migueis de Vasconcelos, sabujos e fiéis salivadores em prol desse "governo europeu" que hoje, efetivamente, nos comanda e - implicitamente - derrama sobre nós doses massivas de desprezo racista.

Estamos sob Ocupação. Mas o Povo - bovinizado por doses massivas de Novela, Reallity Shows e, claro, de Futebol, parece sempre impávido e sereno. Os Migueis de Vasconcelos do atual regime imperial europeu descansam e seguem as suas ordens na plena e firma convicção de que "
povo aguenta" e a crua realidade dos factos parece dar-lhes razão, como demonstra a esmagadora abstenção registada nas últimas eleições.

Temos o que merecemos: o Governo que merecemos (ou que não fizemos o suficiente para expulsar), o Povo que merecemos (ou que não fizemos o suficiente para despertar) e a Democracia Aparente (que deixamos instalar). De facto, até temos os Migueis Vasconcelos que merecemos. Exatamente e na medida certa. Nem mais, nem menos.




Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

[Opinião +D] Para acabar de vez com o estado de negação

Talvez a realidade seja demasiado cruel para a encararmos de frente. Mas escamoteá-la de nada de nos vale. Por isso, perdoem-me a impertinência…

Na passada semana, meio mundo ficou indignado com um documento da União Europeia onde se faziam reparos à actuação do nosso Tribunal Constitucional. Grande parte desse meio mundo continua a afirmar-se como federalista. Supõe-se pois que nessa quimérica Europa federal os nossos "órgãos de soberania" seriam realmente soberanos. Se agora já não são…

Semana após semana, o mesmo meio mundo continua a querer fazer-nos crer que é possível uma real renegociação da nossa dívida. O outro meio mundo finge acreditar (apesar de nem meio por cento do défice se ter conseguido baixar). E, semana após semana, a farsa aumenta. Até ao dia em que percebamos que a única real renegociação possível é a nossa saída do euro.







Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.


[Opinião +D] Revoluções

Este Orçamento é bom para os credores, mas é péssimo para os portugueses. Cada um governa para quem quer. Mas um povo não pode ser governado por quem está sempre contra ele. Um dia, à força de tanto esticar, a corda rebenta. Não é possível calcular o momento exacto em que isso acontece, mas todas as opressões explodem em episódios de libertação. A república de 1910, o 25 de Abril e até mesmo o 28 de Maio de 1926 (que prefaciou a ditadura salazarenta) foram reacções à deterioração das condições políticas e económicas dos portugueses. Vivemos nestes dias um processo semelhante - um empobrecimento violento das pessoas e das famílias (ao mesmo tempo que aumentam as desigualdades entre pobres e ricos) e uma enorme desconfiança entre governantes e governados (é ver a quantidade de gente que deixou de votar ou votou branco/nulo nas autárquicas). O Orçamento para 2014 massacrará a generalidade dos portugueses, violando especialmente pensionistas e funcionários públicos. E a tímida retoma económica, que se vislumbrava, fica ameaçada pelos novos cortes salariais e aumentos fiscais. Provavelmente, os credores de Portugal conseguirão recuperar o seu dinheiro, mas os portugueses ficarão exangues para os contentarem. O caldo necessário para as erupções da história está por aí. Há aquela conversa de que os portugueses são um povo de brandos costumes. E, de facto, os poderes que substituíram o rei D. Manuel II e Marcelo Caetano deixaram-nos partir tranquilamente para o exílio. Mas não foi por isso que essas revoluções ficaram por fazer.


 
 
 
 
José Diogo Madeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade do seu autor.

domingo, 20 de outubro de 2013

[Opinião +D] A Política

Fui ver ao dicionário e eis o significado de Política: sf (gr politiké1 Arte ou ciência de governar os povos. 2 Arte ou ciência da organização, direcção e administração de nações ou Estados. 3 Aplicação desta arte nos negócios internos da nação (política interna) ou nos negócios externos (política externa). 4 Orientação ou métodos políticos.
Devia, portanto, ser esta a prática dos políticos. Analisando ponto por ponto, a política é uma arte ou ciência, por isso, exige conhecimento e sabedoria e não carreirismo. Ou seja, um político deveria ser eleito pela sua competência e devia estar pronto a prestar um bom serviço ao seu país quando exerce a governação. Devendo existir consequências para quando assim não acontece.
Os políticos deviam ser capazes de organizar, dirigir e administrar as nações e não deixá-las afundar no caos e desordem. Deviam, também, saber aplicar essa “arte” por forma a saber salvaguardar os negócios e interesses do país que representam. Atenção, não se trata dos interesses pessoais mas sim os interesses do seu país. Por fim, é preciso ter orientação e método, não basta ter-se desejo ou apenas ambição.
Quem está a ler este texto deve estar a pensar que isto é básico. É verdade, é básico mas, ainda assim, parece que os nossos políticos não sabem isto. Ou se sabem praticam-no muito pouco.
Sinto que cada vez há menos gente de valor a dedicar-se à política. Sinto que cada vez se dá menos valor à transparência, integridade, nobreza de carácter, capacidade de trabalho, educação, formação, dedicação e ao valor da palavra dada. São estes e outros valores semelhantes que deviam forjar um político. Infelizmente parecem estar a deixar de ser importantes e, infelizmente, não sou só eu a senti-lo. Isto está patente nos resultados da abstenção e na crescente alienação da população face a cada ato eleitoral que se apresenta.
Os políticos de hoje são, maioritariamente, fruto de carreirismo e desejo de escalar rapidamente a hierarquia partidária. Por isso, essa “ciência” ou “arte” deixou de ser vista como tal e é hoje mais conotada com lobbies, protecionismo de interesses, favorecimentos ilícitos, etc. Com isto ninguém ganha, todos perdemos.
Estes fenómenos minam os próprios partidos. Criam-se fações e divisões internas que, muitas vezes, acabam por destruir projetos que, à partida, tinham tudo para dar certo. Muitas vezes, afastam gente de valor que acaba por se cansar de todo este clima de ambição desmesurada e doentia. Por outro lado, isto não acontece apenas nos partidos grandes. Também nos pequenos partidos aparecem tais figuras emergentes. Gente que tudo quer e em pouco tempo de preferência mas que nada dá e em nada contribui.

A política e os políticos deviam voltar a enobrecer-se não apenas por si e pela sua imagem mas porque deviam realmente existir para servir o bem-estar da sua nação e do seu povo. Deviam ser o exemplo e não a exceção. Deviam ser o modelo e não o repúdio. Que a política volte a ser uma “arte” e uma “ciência” e que os políticos a saibam honrar e exercer.


Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade da sua autora

sábado, 19 de outubro de 2013

[Opinião +D] Era uma vez um Orçamento…

Conheço um país cujo Governo preparou um Orçamento para o ano seguinte para apresentar ao seu Parlamento, como manda a lei. Esse Governo sabe que esse mesmo Orçamento pode muito bem ir, em vários aspetos, contra a Constituição desse certo país. Mas não desiste. E apresenta mesmo ao tal Parlamento o Orçamento preparado porque sabe que os inúmeros deputados que lá prestam serviço o  aprovarão. E porquê?! Porque os eleitos para esse Parlamento, foram-no, na sua maioria, por partidos que apoiam esse Governo. E todos sabem que esses tais eleitos votarão em massa a favor de tudo o que esse Governo apresentar, concordem ou não, quais carneirinhos que seguem o seu pastor.

Mas o que esse Governo já não tem certezas, é se um tal de Presidente da República desse tal país não vai enviar o falado Orçamento para o Tribunal Constitucional. Porque apesar desse Presidente só querer fazer o que agrada a esse Governo, os problemas podem ser tão evidentes que ele não tenha outra solução que não seja por demais descarada! E esse Governo sabe também que, a ser assim, o tal Tribunal Constitucional, vai muito provavelmente concluir que o Orçamento não pode passar.

Mas, como disse, esse Governo não deixa de apresentar essa tal proposta de Orçamento no Parlamento sem sequer a alterar. Prefere tentar pressionar os juízes desse Tribunal que estas coisas decide, tentando meter-lhes medo com as consequências “desastrosas” que semelhante chumbo poderá causar. E pensando que pode não ser suficientemente persuasivo, pede a um representante de uma tal Comissão Europeia que também ameace, para meter ainda mais medo a esses tais “mal comportados” senhores.

Gostaram da História?

Ai, desculpem! Já me esquecia de lhes dizer: esse país é uma Democracia e também costumam dizer os mais eruditos que é um Estado de Direito!








Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

[Opinião +D] ESTADO

O Estado trata a Democracia como a madrasta trata a gata-borralheira!

Exige dela a todo o momento tarefas desumanas, humilha-a até ela acreditar que não serve para nada, explora-a sem limites e não lhe reconhece os mais básicos direitos. Desrespeita-a e usa-a das formas mais vis que conhece.

Infelizmente já cá não estarei na noite do grande baile! Nesse serão, por artes que agora desconhecemos e por isso nos parecem mágicas, a gata-borralheira tomará consciência e posse dos seus plenos poderes e esbanjará os seus dons pelo povo e outros diferenciados apenas por si mesmo.


Mas não tenho tempo para esperar por esse amadurecer do mundo, pelo crepúsculo do Estado e crescimento da humanidade em que cada um toma consciência do seu poder político e percebe a necessidade de fazer a sua parte. Aquele tempo em que cidadania e proatividade serão tão comuns que ninguém precisa de especialmente exercer as tarefas agora atribuídas ao Estado porque este já nem se distingue dos cidadãos. Afinal as tais artes mágicas serão só a certeza que não há quem decida melhor sobre nós que nós mesmos, aliada ao domínio do conhecimento do processo democrático e participativo que no futuro será básica na formação/educação dos indivíduos desde o seu primeiro momento de socialização!

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

[Comunicado +D] Eleições Autárquicas 2013

O MaisDemocracia congratula-se com os resultados das eleições autárquicas do passado dia 29 de setembro, destacando os seguintes pontos:

* Maus resultados dos partidos do governo, mais um sinal da desaprovação deste Governo por parte dos portugueses, que nas próximas eleições legislativas o substituirão por um outro. As políticas deste Governo, que têm resultado num aumento das desigualdades entre os portugueses, sem que se vislumbre um motor económico que possa combater o desemprego e a crescente exclusão social, terão de ser substituídas por outras que promovam uma maior coesão económica e social e tragam Portugal de novo para a senda do desenvolvimento económico e social.

* Progresso das candidaturas independentes em todo o país, que conquistaram mais câmaras municipais, mais mandatos nas assembleias municipais e nas assembleias de freguesia e mais votos. Note-se que as candidaturas independentes conquistaram 9,57% dos votos expressos para as assembleias de freguesia e 6,90% dos votos para as câmaras municipais. Neste escrutínio, os independentes totalizaram 345 mil votos, o que comparado com os 226 mil votos obtidos em 2009 representa um crescimento de 52%.

* Participação empenhada de associados do MaisDemocracia em listas independentes nos concelhos de Lisboa e Santarém, envolvendo largas dezenas de cidadãos (que pela primeira vez participaram como candidatos num processo eleitoral) e que obtiveram apreciáveis resultados eleitorais, assumindo-se como a quarta força política mais votada.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

[Opinião +D] Maria Luís Albuquerque, desfardada, destitulada, somente lúdica no Luxemburgo


Ao ver a ministra das finanças no Luxemburgo, fico confuso e perturbado  verificar como, num mundo sério, quadriculado e produtivo de licenciados, doutores e professores, de académicos e luminares, ainda podem existir lugares em que as pessoas são, ao mesmo tempo, sábios e ignorantes, sem arrependimento nem distinção. E temos na verdade de ser muito complacentes em ver a imagem de Maria Luís de Albuquerque, em que a par de tantas desgraças, misérias e ameaças, se assiste a um enorme desprezo e falta de consideração por parte de toda uma equipe de trabalho que a ministra procura se afirmar com cumprimentos seguidos de um virar de costas por parte de quem pretende que tais cumprimentos sejam de despedida e não de chegada.

Numa ilusão benéfica, não podemos de deixar de reconhecer que há muito maior ridículo no enaltecimento criancista, característico de uma ambição ou  na solenidade estulta dos inquietos e nervosos que querem vencer seja de que maneira for.






Fernando Faria (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

[Opinião +D] A Partidocracia resiste…

Como se previa, uma Petição que defendia as candidaturas independentes à Assembleia da República foi, na passada semana, chumbada por esmagadora maioria. Nada de espantar: eu próprio estive no Parlamento, no início deste ano, a defender uma Petição similar lançada pelo MIL: Movimento Internacional Lusófono, e a resposta foi exactamente igual.

Durante algum tempo, ainda acreditei que a Partidocracia mudaria a bem, quanto mais não fosse para seguir o clássico princípio de que “é preciso mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma”. Perdi, entretanto, essa ilusão. A nossa Partidocracia está demasiado enquistada para mudar o que quer que seja. Nem que seja para nos iludir.

Tal como os organismos que, a certa altura, ficam demasiado doentes para se conseguirem auto-regenerar, também a nossa Partidocracia dá todos os dias provas de que está condenada ao definhamento, até à inevitável morte. A necessária regeneração democrática terá que vir de fora. Urge, para furar o bloqueio partidocrático, a constituição de uma plataforma política que consiga apresentar-se às próximas eleições legislativas, congregando os diversos movimentos cívicos que se têm batido por esta causa: o Partido dos Independentes.









Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

domingo, 13 de outubro de 2013

[Opinião +D] Mais 10% exigidos à função pública

Os funcionários públicos tem vindo a ter cortes nos seus rendimentos desde 2011, ou seja, há quatro anos consecutivos. Começou ainda no tempo de Sócrates e ainda antes da chegada da Troika. O governo quer cortar novamente nos seus salários. Continuam a seguir a mesma receita e comentadores como Marques Mendes avisam que a continuar assim “irão perder os melhores”. Como se isso não estivesse já a acontecer. Pouco criativo, o governo prossegue na fórmula fácil para se continuarem a seguir as medidas de austeridade.
Numa família onde pai e mãe são funcionários públicos isto pode significar muita coisa, sobretudo, se o salário de ambos rondar os tais 600 euros. Será que os políticos deste país tem a noção do isso significa? Sinceramente, não me parece.
A par desta medida parece que o governo pretende também cortar nas subvenções dos políticos. A ver vamos porque eu só acredito depois de ver. Perante esta perspetiva já há uma série de “senhores” incomodados. Eu queria era ver os ditos senhores a dar o exemplo. Sim porque se exigem sacrifícios aos funcionários públicos deviam estar prontos a fazê-lo também. Ou então troquem. Vivam eles e as respectivas esposas com 600 euros de ordenado por mês.
Há quem ache que isto é normal e que a reforma da função pública implica isto. Estão enganados e esses não entendem que os funcionários públicos e alguns dos seus serviços são vitais ao país e que perde-los e perder qualidade nestes serviços é tornar o país mais pobre para todos. Veja-se o caso da saúde e da educação onde se tem tomada medida desastrosas, atabalhoadas e completamente incompetentes.
E afinal para onde vão os cortes que estão a ser feitos na despesa? E porque não avançaram realmente com os cortes nos subsídios para fundações de carácter duvidoso e que em muitos casos nem se sabe ao certo porque existem? E quando é que se investigam a fundo as grandes empresas e dos lucros que fazem graças às PPP’s. E o caso BPN? Fica por aqui? E quando será que acabam com as exorbitantes regalias dos deputados e ex-políticos? Pergunto-me até quando aguentaremos, tranquilamente, tanto roubo e incompetência política.


Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade da sua autora

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

[Comunicado +D] Sobre a recusa dos partidos com assento parlamentar, (com exceção do Bloco de Esquerda) em introduzirem alterações no sistema eleitoral que permitam a eleição de candidatos independentes

O Movimento Mais Democracia vem-se indignar com a recusa dos partidos com assento parlamentar (PS, PSD, PP, PEV e PCP), com exceção do Bloco de Esquerda, em introduzirem alterações no sistema eleitoral que permitam a eleição de candidatos independentes - fora de listas partidárias - à Assembleia da República.

Os níveis de abstenção recorde registados nas últimas eleições autárquicas (47,4%) são reveladores do alto grau de descrédito do sistema político português e da imperativa necessidade de o renovar.

Atualmente, já é possível organizar e levar a votos candidaturas independentes às autarquias (apesar de vários obstáculos legais, burocráticos e financeiros), mas tal possibilidade continua vedada na Assembleia da República e isto apesar de uma série alargada de personalidades terem vindo a terreno defender recentemente essa alteração (Gentil Martins, Henrique Neto, Manuel Alegre, Luís Campos e Cunha, Pacheco Pereira, Ribeiro e Castro, entre outros).

Tal abertura da Assembleia da República enriqueceria o debate político e estimularia os partidos a saírem do torpor e funcionalismo crónico onde parecem hoje estar imersos. Sobretudo, permitira que a Sociedade Civil acedesse ao maior fórum da Cidadania e os cidadãos pudessem alcançar um novo patamar de intervenção política, para além dos Partidos Políticos.

O Mais Democracia defende a possibilidade dos cidadãos se candidatarem individualmente ou em listas de cidadãos, desde que consigam reunir um determinado número de assinaturas, conforme já é hoje possível em relação a petições, queixas e reclamações (Artigo 52º da Constituição da República).

[Opinião +D] Um texto para quem o queira apanhar.....

Temos que voltar lá pra trás e começar tudo outra vez. Ensinemos que é preciso ensinar. Ensinemos aos próximos que é preciso aprender e querer aprender. É fundamental ensinar a pescar e não a dar o peixe. Que sejam autónomos (Cozinhar, limpar, passar a ferro, fazer contas ao dinheiro, controlar impulsos…) …e nós também!

Enquanto os pais fizerem o que podem e não podem para que o filho/a tenha a vida dourada e o queiram controlar para não fazer asneira, vamos criar uma geração de licenciados como aquele Concelho com o mais alto índice nacional de educação por metro quadrado que elegeu um presidiário para estar na equipa de gestão da sua autarquia. Dizem que se trata de um mal menor mas a mim cheira-me que espreitam uma oportunidade idêntica para ferrarem o dente a uma tenra parte do orçamento. Nas mais simples atitudes verificamos o estado de irracionalidade em que se vive porque de repente tudo se mede pela vontade individual na concretização das ambições pessoais completamente desligados da realidade ao redor. Ensinaram-me que num jantar de amigos devo ir retirando pequenas porções do que for servido, para que chegue para todos e não haja desperdício. Vejo muita gente, com o prato cheio e que já acabou de comer….



Carlos Seixas  (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

[Opinião +D] L'état SONT-ILS

Consta que Luís XIV disse que ”L’état c’es moi!” quando a ideia de “Estado moderno” se começava a desenvolver. Mesmo que não o tenha dito, reza a história que motivos para se sentir o Estado, não lhe faltaram. Por isso quando chegou a hora dos que precisavam do Estado o reclamar, foi fácil encontrar onde estava o Estado e arrancá-lo: fosse como fosse, mais valeu um Estado na rua! A partir daí sucederam-se tantas formas de organizar o Estado que se atropelaram sem hipótese de cumprirem a experiência idealizada em muitas delas. Mas a que tem perdurado mais, reparte os poderes do Estado em legislativo, executivo e judicial, considerando-os independentes embora fiscalizáveis e controláveis entre si - pelo menos em teoria! Esta desconcentração do Estado repartiu-o por muitos que realmente se alimentam dele mas apenas virtualmente cumprem os seus fins. Desta teórica simbiose resulta a asfixia do Estado porque não se chegando ao resultado proposto, não há razão de continuar, como que se entrasse em autofagia. No entanto, permanece miraculosamente vivo! E o Estado são Eles, os que (se) ocupam dos poderes. Não somos nós, mero povoléu que se esfalfa para pagar contas! Para confundir, alguém se lembrou de juntar a esta conversa, a “Democracia Moderna” como sendo um dos deveres do Estado, realizá-la. Mas como fazer a democracia sem que o povo seja o Estado?

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

[Opinião +D] Sem falinhas mansas

Nas últimas eleições autárquicas os Portugueses decidiram
massivamente fazer uma de duas coisas: abstiveram-se ou votar no
tripartido PS-PSD-PP. São por isso censuráveis ao mais alto grau. Não
vou usar nem paninhos quentes nem falinhas mansas: se chegámos a esta
situação de efetiva ocupação imperial por parte da europa do norte
isso deve-se exclusivamente a esta passividade bovina que parece
caracterizar a nossa população (vista de um ponto de vista global). Os
lacaios da troika (PS-PSD-PP) são apenas isso: lacaios. Mas lacaios
sancionados pelos eleitores que recusam cumprir os seu dever cívico e
que se deixam condicionar por doses massivas de lixo televisivo (Bola,
novelas, concursos, etc), que recusam informarem-se sobre o mundo que
os rodeia e que não se preocupam sequer com a sua comunidade local e
votam "naquele partido" porque "sempre votaram" nele.

Este povo tem exatamente aquilo que merece: uma ocupação colonial sob
senhores arrogantes e convencidos da sua superioridade racial sobre
nós. E assim será enquanto o quiser.

Depois de ter reeleito o pior, mais ignorante, imbecil e desastrado
presidente da História nacional, este povo, torna a fazer das suas e a
reeleger em massa, um pouco por todo o país, executivos autárquicos do
Tripartido. Este povo não aprendeu ainda, nem quer aprender, que só
pelo Voto se pode mudar efetivamente alguma coisa. E enquanto não
recolher este ensinamento, não iremos a lado nenhum.




Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

[Opinião +D] A Partidocracia contra-ataca…

Mais um caso exemplar do comportamento “democrático” da nossa partidocracia: o recém-eleito Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, anunciou já que fará uma coligação pós-eleitoral com todos os partidos que elegeram vereadores (PSD, CDS-PP e PCP), excluindo os vereadores eleitos pelo candidato independente Marco Almeida.

Não me vou pronunciar aqui sobre a pessoa de Basílio Horta – apenas refiro que ainda me lembro bem da sua candidatura presidencial contra Mário Soares em 1991. Parafraseando uma conhecida canção: “o que ele [Basílio Horta] andou para aqui [ao PS] chegar…”.

O que quero aqui salientar é a sua atitude de expressa hostilidade face às candidaturas independentes. O que, de resto, não surpreende. Com a hipocrisia que lhe é característica, a partidocracia gosta muito, em período eleitoral, de enaltecer as candidaturas independentes. Desde que, obviamente, estas não ponham em causa a hegemonia partidocrática. Quando isso ameaça acontecer, a partidocracia une-se e contra-ataca. Com toda a artilharia.










Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

domingo, 6 de outubro de 2013

[Opinião +D] Realidade ou ficção?

Fomos aprovados com distinção nos exames da troika! E logo em dois em simultâneo! Bom, não é?!... Estamos mesmo de parabéns. A crise está mesmo mesmo a chegar ao fim.

Ficou a “certeza” que para o ano que vem não vamos ter um défice superior a 4%. Nem em uma décima. E ficou também a “certeza” de que para isso não vão ser necessárias medidas mais austeritárias do que as que temos estado a viver.

Claro que todos sabemos que tudo isto não passa de bazófias. O que quer o Governo português, mas mais ainda a troika, é que até junho de 2014, quando deverá terminar a intervenção externa, tudo corra bem, que sejamos um exemplo para os demais, também para que se possa dizer que o programa funcionou em pleno.

Neste, como em muitos outros aspetos da nossa vida pública, continuamos a viver de falsidades e na falsidade. Será que vamos permanecer sempre assim?!







Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

[Opinião +D] Guerra II

Antes expus como o processo “democrático” em que vivemos com este sistema eleitoral, assenta no culto e fomento do oposto, do adverso, da contraparte, do excludente, da vitória/derrota, do uns contra os outros, onde se despendem preciosos recursos e os eleitores servem apenas para garantir a continuidade dessa guerra. Aqueles a quem ela aproveita, tudo fazem para que esta rotativa estéril em humanidade e deficitária em democracia, se mantenha e prolongue, tal como o predador vigia e cuida da cadeia alimentar do início ao fim para garantir o seu sustento. A manifestação da consciência de que esta forma de “democracia” é destrutiva, verifica-se nas eleições: a abstenção crescente há décadas, é há muito a grande vencedora! E assim é porque a maior parte dos eleitores não alinham nem querem fazer parte da cadeia alimentar onde não são predadores e o instinto de sobrevivência diz-lhe que ficam melhor se não tomarem partido! Alimento a ideia de que a humanidade já consegue viver sem extremar as relações nem ver nos outros a próxima refeição ou o lobo de que tem de fugir. Por isso, embora não deixe de votar já que não há outra forma de participar, não me animo para participar em mais nada que cumpra os desígnios directos deste sistema! E se numa próxima alteração da lei eleitoral abrirem a Assembleia da República a independentes, é a revelação de que um certo nível de abstenção é útil, mas tanta como há compromete o sustento dos que se acham no topo! «Algo deve mudar para que tudo continue como está.», notou Tomasi di Lampedusa e já lá vão séculos suficientes para aprendermos a distinguir as mudanças…

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

[Opinião +D] Uma interpretação pessoal dos resultados eleitorais autárquicos em Lisboa

O www.MaisLisboa.org (núcleo local da associação nacional www.MaisDemocracia.org) concorreu em Lisboa em duas freguesias: Estrela (Santos-o-Velho, Lapa e Prazeres) e Penha de Franca (Penha de França e São João). Em ambas, apesar de conseguir melhores resultados que a coligação de três partidos Plataforma da Cidadania e que o Bloco de Esquerda, não ultrapassamos muito os cinco por cento dos sufrágios.

A Plataforma da Cidadania fez um grande esforço de propaganda, instalando muitos grandes cartazes por toda a cidade e nas freguesias onde concorria, o Bloco mereceu (como sempre) de um grande favor mediático, com notícias diárias. Por oposição, as listas MaisPenha e MaisEstrela estiveram quase totalmente fora da agenda mediática em Lisboa e não tiveram mais apoio de propaganda do que fotocopias e cartazes a4 "artesanais".

Se tivéssemos tido orçamentos de campanha de alguma escala teríamos um melhor resultado? Os resultados da Plataforma e do Bloco parecem indicar que não. O mesmo se pode dizer em relação à cobertura mediática... sobretudo, aqui, no caso do Bloco. Nestas eleições, como em todas as anteriores, os Portugueses demonstraram que preferem continuarem a votar no TriPartido ps-psd-pp que governa Portugal em nome da Alemanha e dos Especuladores internacionais a optaram por movimentos independentes e darem assim um sinal do seu descontentamento com a Situação. É certo que noutras autarquias do país (e até em Lisboa, no Parque das Nações) outros movimentos independentes conseguiram bons resultados. Mas esse não foi manifestamente o nosso caso.

Falo aqui apenas em meu nome próprio. Não falo em nome do coletivo MaisLisboa. E é nesse sentido que olhando para trás e vendo duas semanas de férias investidas nas recolhas de assinaturas na Estrela (sobretudo)o e na Penha de França e outras duas em campanha diária (sem nunca encontrar "voluntários" equivalentes dos partidos!) E se compara estes esforço (mais inúmeros fins de semana e noites) que os resultados obtidos sabem a pouco. Esperava mais, muito mais.

Algo falhou. Mais meios de propaganda talvez tivessem merecido mais alguns pontos. Mais divulgação mediática, mais uns quantos outros. Mais voluntários na rua, mais ainda (chegamos a ter equipas com dez pessoas, o que é notável). Com estes três fatores, talvez tivéssemos alcançado... dez por cento. Pouco. Ainda demasiado pouco. O grande fator diferenciador (Rui Moreira no Porto e o Parque das Nações) parece ter sido, nesta questão das votações nos independentes, o fator "pessoa": os eleitores não optaram por votar nos independentes para castigarem os partidos, não optaram por propostas de democracia direta e participativa em prol da estafada "democracia representativa" dos partidos. Os eleitores votaram independente quando este era uma figura de grande destaque local ou mediaticamente relevante. A "pessoa" valeu mais que tudo. Não devia ter sido assim, mas foi.

A reflexão que daqui advém é necessária: vale a pena realizar um esforço tão grande em troca de resultados tão magros? Obviamente, não. Não tornarei a cometer os mesmos erros: recolher assinaturas e a fazer campanha diária em movimentos independentes. Simplesmente, o hiato entre o esforço e o seu produto é demasiado grande. Não nestas nas mesmas condições, isso é certo. Noutras... é algo a avaliar.

E agora? O que fazer com a proposta de democracia direta e participativa que o MaisLisboa trazia para Lisboa?






Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.