sexta-feira, 4 de outubro de 2013

[Opinião +D] Guerra II

Antes expus como o processo “democrático” em que vivemos com este sistema eleitoral, assenta no culto e fomento do oposto, do adverso, da contraparte, do excludente, da vitória/derrota, do uns contra os outros, onde se despendem preciosos recursos e os eleitores servem apenas para garantir a continuidade dessa guerra. Aqueles a quem ela aproveita, tudo fazem para que esta rotativa estéril em humanidade e deficitária em democracia, se mantenha e prolongue, tal como o predador vigia e cuida da cadeia alimentar do início ao fim para garantir o seu sustento. A manifestação da consciência de que esta forma de “democracia” é destrutiva, verifica-se nas eleições: a abstenção crescente há décadas, é há muito a grande vencedora! E assim é porque a maior parte dos eleitores não alinham nem querem fazer parte da cadeia alimentar onde não são predadores e o instinto de sobrevivência diz-lhe que ficam melhor se não tomarem partido! Alimento a ideia de que a humanidade já consegue viver sem extremar as relações nem ver nos outros a próxima refeição ou o lobo de que tem de fugir. Por isso, embora não deixe de votar já que não há outra forma de participar, não me animo para participar em mais nada que cumpra os desígnios directos deste sistema! E se numa próxima alteração da lei eleitoral abrirem a Assembleia da República a independentes, é a revelação de que um certo nível de abstenção é útil, mas tanta como há compromete o sustento dos que se acham no topo! «Algo deve mudar para que tudo continue como está.», notou Tomasi di Lampedusa e já lá vão séculos suficientes para aprendermos a distinguir as mudanças…

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 


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