Consta que Luís XIV disse que ”L’état c’es
moi!” quando a ideia de “Estado moderno” se começava a desenvolver. Mesmo que
não o tenha dito, reza a história que motivos para se sentir o Estado, não lhe
faltaram. Por isso quando chegou a hora dos que precisavam do Estado o
reclamar, foi fácil encontrar onde estava o Estado e arrancá-lo: fosse como
fosse, mais valeu um Estado na rua! A partir daí sucederam-se tantas formas de
organizar o Estado que se atropelaram sem hipótese de cumprirem a experiência
idealizada em muitas delas. Mas a que tem perdurado mais, reparte os poderes do
Estado em legislativo, executivo e judicial, considerando-os independentes
embora fiscalizáveis e controláveis entre si - pelo menos em teoria! Esta
desconcentração do Estado repartiu-o por muitos que realmente se alimentam dele
mas apenas virtualmente cumprem os seus fins. Desta teórica simbiose resulta a
asfixia do Estado porque não se chegando ao resultado proposto, não há razão de
continuar, como que se entrasse em autofagia. No entanto, permanece
miraculosamente vivo! E o Estado são Eles,
os que (se) ocupam dos poderes. Não somos nós, mero povoléu que se esfalfa para
pagar contas! Para confundir, alguém se lembrou de juntar a esta conversa, a
“Democracia Moderna” como sendo um dos deveres do Estado, realizá-la. Mas como
fazer a democracia sem que o povo seja o Estado?
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