sexta-feira, 11 de outubro de 2013

[Opinião +D] L'état SONT-ILS

Consta que Luís XIV disse que ”L’état c’es moi!” quando a ideia de “Estado moderno” se começava a desenvolver. Mesmo que não o tenha dito, reza a história que motivos para se sentir o Estado, não lhe faltaram. Por isso quando chegou a hora dos que precisavam do Estado o reclamar, foi fácil encontrar onde estava o Estado e arrancá-lo: fosse como fosse, mais valeu um Estado na rua! A partir daí sucederam-se tantas formas de organizar o Estado que se atropelaram sem hipótese de cumprirem a experiência idealizada em muitas delas. Mas a que tem perdurado mais, reparte os poderes do Estado em legislativo, executivo e judicial, considerando-os independentes embora fiscalizáveis e controláveis entre si - pelo menos em teoria! Esta desconcentração do Estado repartiu-o por muitos que realmente se alimentam dele mas apenas virtualmente cumprem os seus fins. Desta teórica simbiose resulta a asfixia do Estado porque não se chegando ao resultado proposto, não há razão de continuar, como que se entrasse em autofagia. No entanto, permanece miraculosamente vivo! E o Estado são Eles, os que (se) ocupam dos poderes. Não somos nós, mero povoléu que se esfalfa para pagar contas! Para confundir, alguém se lembrou de juntar a esta conversa, a “Democracia Moderna” como sendo um dos deveres do Estado, realizá-la. Mas como fazer a democracia sem que o povo seja o Estado?

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

Sem comentários:

Enviar um comentário