segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

[Opinião +D] Do “beco sem saída”

Apesar de, no âmbito da União Europeia, face à sua cada vez mais flagrante fragmentação, se estar a regressar, a passos largos, a uma lógica nacional – dado que, apesar de tudo, são os Estados-Nação as únicas entidades políticas que realmente subsistem –, não significa isto que essa lógica se possa manter por muito tempo.


Sendo isso válido para todos os países da União Europeia, isso é particularmente válido para Portugal. Numa pura lógica nacional, Portugal não é equacionável a médio-longo prazo. Essa é, de resto, uma das lições maiores da nossa história: ao longo desta, Portugal sempre integrou plataformas mais vastas no plano económico e político.


A aposta na União Europeia foi apenas mais um exemplo disso. Dados todos os traumas que decorreram das guerras coloniais e do não menos traumático processo de descolonização, parecia óbvia a aposta na integração europeia. E era. Não tivéssemos desprezado os laços com o restante espaço lusófono, o que fragilizou, em muito, o nosso processo de integração, como se tornou entretanto evidente. Face a esse colossal erro geoestratégico, Portugal está hoje, à escala europeia e global, numa  posição cada vez mais subalterna.


Mais do que isso, Portugal está hoje num beco sem saída: não pode sair, unilateralmente, da União Europeia e, ficando na União Europeia (e, sobretudo, na “zona euro”), estará cada vez pior… Face a isso, a única saída parece-nos ser corrigir esse colossal erro geostratégico que nos trouxe à presente situação, apostando agora no reforço gradual dos laços com os restantes países e regiões do espaço lusófono, como defende o + D = Democracia em Movimento.




Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)

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