segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

[Opinião +D] A Lusofonia e o Acordo Ortográfico


Volta e meia, reemerge a questão sobre o Acordo Ortográfico – na passada semana, houve uma intervenção bem violenta de Pacheco Pereira na Academia das Ciências. Obviamente, contra o Acordo Ortográfico.

Não temos dúvidas que esta é uma questão controversa– ou talvez, verdadeiramente, não chegue a sê-lo. Se houvesse um referendo sobre a questão, estamos convencidos que uma “esmagadora maioria” (para usar uma expressão corrente, ainda que muito pouco democrática…) votaria contra o Acordo Ortográfico. De resto, nos “media”, os que se expressam contra são sempre em geral bem mais veementes do que aqueles que se expressam a favor. Mesmo que a maior parte dos “media” já tenha aderido.

Não vamos agora discutir os (muitos) argumentos pró e contra: sendo que a questão é bem mais complexa do que por vezes parece. E tem um histórico: para não recuarmos ainda mais, tudo começou com uma reforma realizada por Portugal em 1911 à revelia do Brasil. É esse o “pecado original” da dissensão ortográfica entre o Brasil e Portugal, que este Acordo Ortográfico, mal ou bem, procura “redimir”.

O que queremos salientar é que, independentemente dos (muitos) argumentos, não se deve, em caso algum, confundir a questão bem específica do Acordo Ortográfico com a questão bem mais vasta da Lusofonia: como por vezes algumas pessoas, por ignorância ou má-fé, pretendem. Dito de forma bem clara: é perfeitamente possível ser contra o Acordo Ortográfico e defender a Lusofonia enquanto grande desígnio estratégico. Uma coisa não implica necessariamente a outra: o + D = Democracia em Movimento, por exemplo, é abertamente pró-lusófono mas não tem uma posição fechada sobre o Acordo Ortográfico.

Renato Epifânio (Coordenação nacional do +D = Democracia em Movimento)


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