Volta
e meia, reemerge a questão sobre o Acordo Ortográfico – na passada
semana, houve uma intervenção bem violenta de Pacheco Pereira na
Academia das Ciências. Obviamente, contra o Acordo Ortográfico.
Não
temos dúvidas que esta é uma questão controversa– ou talvez,
verdadeiramente, não chegue a sê-lo. Se houvesse um referendo sobre a
questão, estamos convencidos que uma “esmagadora maioria” (para usar uma
expressão corrente, ainda que muito pouco democrática…) votaria contra o
Acordo Ortográfico. De resto, nos “media”, os que se expressam contra
são sempre em geral bem mais veementes do que aqueles que se expressam a
favor. Mesmo que a maior parte dos “media” já tenha aderido.
Não vamos agora discutir os (muitos) argumentos pró
e contra: sendo que a questão é bem mais complexa do que por vezes
parece. E tem um histórico: para não recuarmos ainda mais, tudo começou
com uma reforma realizada por Portugal em 1911 à revelia do Brasil. É
esse o “pecado original” da dissensão ortográfica entre o Brasil e
Portugal, que este Acordo Ortográfico, mal ou bem, procura “redimir”.
O
que queremos salientar é que, independentemente dos (muitos)
argumentos, não se deve, em caso algum, confundir a questão bem
específica do Acordo Ortográfico com a questão bem mais vasta da
Lusofonia: como por vezes algumas pessoas, por ignorância ou má-fé,
pretendem. Dito de forma bem clara: é perfeitamente possível ser contra o
Acordo Ortográfico e defender a Lusofonia enquanto grande desígnio
estratégico. Uma coisa não implica necessariamente a outra: o + D = Democracia em Movimento, por exemplo, é abertamente pró-lusófono mas não tem uma posição fechada sobre o Acordo Ortográfico.
Renato Epifânio (Coordenação nacional do +D = Democracia em Movimento)
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