sábado, 10 de maio de 2014

[Opinião +D] E o estudante, pá! (continuação /conclusão)

Há duas semanas escrevi um texto dando conta das várias lutas académico-sociais e que, com a proximidade do 25 de abril, foram bem apropriadas, uma vez que a revolução dos cravos também teve uma importância significativa no que toca a uma reestruturação do sistema de ensino português.
Bem sei que me comprometi a escrever sobre a reforma de 86’, mas empolar esta situação seria como um vírus a aumentar de putrefacção e a proliferar em “bola de neve”. Não é isso que pretendo! 
Entremos agora  num passado recente, 1992, ano este em que o actual Presidente da República, Dr. Cavaco Silva era primeiro ministro de Portugal (não esqueçamos) e o Dr. Couto dos Santos também fazia parte do mesmo governo com a pasta da Educação. Neste ano houve bastantes alterações no plano educacional, o fim por completo de um sistema de ensino público universal e gratuito que quase conseguiu ser implantado (pois a opinião pública pensava o mesmo) ou não fosse o mostrar de nádegas de alunos com a célebre frase “NÃO PAGAMOS” nelas escritas que mudou o panorama nacional. Alunos esses que hoje estão, na sua maioria, no ensino superior como se pode verificar numa simples pesquisa no site da RTP. A esses senhores agradeço o facto das propinas aumentarem e ficarem enraizadas, de os alunos só terem uma refeição por dia, refeição essa que muitas vezes é um pão de queijo e fiambre. Agradeço a eles e ao Senhor Ex-ministro Couto dos Santos, aos seus sucessivos governos por nada fazerem em prol de uma sociedade portuguesa necessitada de quadros superiores e de nada terem feito do que assumiram enquanto estudantes, para um ensino melhor e acessível. 
Este ensino, que com sucessivas alterações de programas, viu o retirar de conteúdos de moralidade cívica (religiosa ou não), de introdução ao direito, de discussão política (que é proibida através do estatuto do aluno) e outras nos casos concretos do ensino Básico e Secundário, sendo substituídos por programas ecológicos em vez de se integrarem nesse âmbito de Civismo e nunca se ter pensado em formar empreendedores nas diversas áreas (do empresarial ao rural, passando pelas artes).
Com todo o respeito, Senhor Presidente da República, não nos podemos queixar da fraca participação cívica em início de mandato presidencial, sem que para isso nos lembremos “quem é o pai da criança”!
 É URGENTE que sejam reimplantados os valores cívicos no sistema, o ensino universal e gratuito seja implantado como um combate à miséria actual que se vê no ensino superior onde se mendiga para ser alguém e que os conteúdos tenham noções de empreendedorismo para o próprio emprego, evitando assim, o estrangulamento de vagas de emprego.
 Por fim termino com: ENSINO UNIVERSAL E GRATUITO JÁ!
ENSINO DO DIREITO CÍVICO JÁ!
(Estarei errado?) 
Ricardo Trindade Carvalhosa  (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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