terça-feira, 13 de maio de 2014

[Opinião +D] 13 de maio

13 de maio dia de espiritualidade para os crentes. Mesmo para os que o não são é o apelo a uma certa mística que desafia e faz repensar dimensões menos terráqueas. A necessidade sentida de, em conjunto, elevar preces quer pela palavra ou pela ação. Não é por pouco este caminhar peregrino que afinal é a marcha da própria vida. Estrada longa, obstáculos múltiplos, pés doridos por vezes mesmo sangrando, a crença de que o poder divino opere "as graças", o milagre que nos faz falta! O imperativo da marcha conjunta rumo ao "mais alto". A solidariedade envolvida em dogmas, mais ou menos convencionais, mais ou menos irrefutáveis. Como tudo o que envolve mistério, para o qual se não encontra explicação, este é um campo de muita perplexidade, de grande controvérsia. Se os peregrinos/caminheiros são lampejos de esperança a quem se deve todo o respeito, não podemos ignorar que, os fundamentalismos, sobretudo os religiosos, estiveram e estão na origem de grandes males. Que a religião, mesmo sem fundamentalismos, foi considerada não direi "ópio do povo" mas fonte resignada de conformismo e mesmo e até de atavismo cultural. Numa fase da minha vida, menos radical que outrora, considero que mais que a tolerância, o respeito e a humildade nos devem colocar na senda da compreensão e respeito pelos outros, tanto nas suas dimensões humanas como espirituais. O que confesso, não tolero, é a existência de uma Igreja ao serviço dos poderosos. Que abençoe armas ao lado dos mais fortes. Que pregue a resignação em vez da liberdade e a justiça. Claro que reconheço que Cristologia é uma coisa Iclesiologia é outra. Razão maior da minha esperança é, hoje, a linguagem de Francisco. E, além do mais, cada um, tem que fazer a sua parte. Como diz o ditado " Fia-te na Virgem e não corras..... Verás o trambolhão que apanhas".


Maria da Conceição Serrenho Couvaneiro (Conselho Geral do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 

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