segunda-feira, 1 de abril de 2013

[Opinião +D] Ter Razão antes do Tempo


É sempre um risco, já se sabe. E um motivo de incompreensão. Nalguns casos, até bem violenta…
Até há não muito tempo, quem duvidasse em público do futuro da União Europeia e, em particular, da zona euro, era visto com desconfiança. “Só pode ser um radical” – dizia-se, em surdina ou bem alto. Mesmo quando todos os sinais prenunciavam já, em grande medida, o que está a acontecer.

Hoje, confesso que até tenho alguma admiração por quem continua a defender em público o futuro da União Europeia e, em particular, da zona euro. Sempre me resta alguma admiração por aqueles que assumem posições minoritárias.

Tudo o que está a acontecer era por inteiro previsível – ainda que por vezes haja alguma margem de surpresa, como agora no Chipre. Por vezes, até parece que os responsáveis da zona euro estão na verdade empenhados no seu colapso. Se fosse adepto das teorias da conspiração, seria a tese que defenderia. De resto, é por aí que vão aqueles que continuam a defender em público o futuro da União Europeia e, em particular, da zona euro.

Como sou mais prosaico, defendo o óbvio. As Comunidades Políticas só se sustentam historicamente quando há sólidos laços afectivos no interior dessas mesmas Comunidades. Esses laços nunca existiram realmente na Europa. Por isso, não há real solidariedade à escala europeia. Por isso, tão simplesmente por isso, não há futuro para a moeda única nem, muito menos, para o federalismo europeu






Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)


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