É sempre um risco, já se sabe. E
um motivo de incompreensão. Nalguns casos, até bem violenta…
Até há não muito tempo, quem
duvidasse em público do futuro da União Europeia e, em particular, da zona
euro, era visto com desconfiança. “Só pode ser um radical” – dizia-se, em
surdina ou bem alto. Mesmo quando todos os sinais prenunciavam já, em grande
medida, o que está a acontecer.
Hoje, confesso que até tenho
alguma admiração por quem continua a defender em público o futuro da União
Europeia e, em particular, da zona euro. Sempre me resta alguma admiração por
aqueles que assumem posições minoritárias.
Tudo o que está a acontecer era
por inteiro previsível – ainda que por vezes haja alguma margem de surpresa,
como agora no Chipre. Por vezes, até parece que os responsáveis da zona euro
estão na verdade empenhados no seu colapso. Se fosse adepto das teorias da
conspiração, seria a tese que defenderia. De resto, é por aí que vão aqueles
que continuam a defender em público o futuro da União Europeia e, em
particular, da zona euro.
Como sou mais prosaico, defendo o
óbvio. As Comunidades Políticas só se sustentam historicamente quando há sólidos
laços afectivos no interior dessas mesmas Comunidades. Esses laços nunca
existiram realmente na Europa. Por isso, não há real solidariedade à escala
europeia. Por isso, tão simplesmente por isso, não há futuro para a moeda única
nem, muito menos, para o federalismo europeu
Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
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