sábado, 6 de abril de 2013

[Opinião +D] Mais notícias como estas


Esta semana até nos trouxe boas notícias, embora o estado do país seja o mesmo.

1) A demissão e a forte possibilidade de anulação da licenciatura do Miguel Relvas demonstra obviamente que pela sua disseminação, da conversa de rua ao facebook, até podemos ser um povo preguiçoso, mas que nos indignamos e muito com o que achamos vergonhaço. Aplaudimos quando se faz justiça.

2) O Tribunal Cível de Lisboa, ao rejeitar o recurso apresentado pelo PSD por causa da candidatura do Fernando Seara à Câmara Municipal de Lisboa, traz algum bom senso sobre o que devia ser claro na lei do limite de mandatos.

3) O relatório da lista de nomes e valores das fortunas de milhões escondidos em offshores de todo o mundo é importante pois ainda só agora começou e quebra a sua mais fundamental característica: o anonimato. É preciso travar este negócio em crescimento que é dos mais ruinosos para a humanidade. Os bancos, as grandes empresas, o tráfico de armas, a droga, o terrorismo... todos dependem fortemente de offshores. Ocultar geralmente nunca é bom sinal.

4) A decisão do Tribunal Constitucional levou a discutir muitos aspectos que causaram surpresa, como a sua jurisprudência ou por ter sido viabilizada uma norma que os ditos entendidos não esperavam. Até para discussões muito pouco sérias, de guerras tontas sobre funcionários públicos e privados. Mas a leitura que fica para todos é termos um governo há dois anos no poder com dois orçamentos inconstitucionais, que vê o seu caminho com a troika fortemente ameaçado. E, ainda, que não pode valer tudo para cumprir ajustamentos financeiros. 

O que nos faz falta são mais notícias destas, todas as semanas, para não dizer todos os dias. Notícias que nos expliquem preto no branco as histórias das parceiras público-privadas e que, no mínimo, digam que as renegociaram todas para taxas de rentabilidade aceitáveis. Notícias a informar que acabaram com as rendas excessivas na energia. Notícias a dizer que começaram a tratar de renegociar a dívida. A contar que o processo do BPN acabou e foram condenados os culpados e parte significativa do dinheiro recuperado. Sobre o grosseiro do Isaltino Morais (e os outros que sabemos) a ir para a prisão e não para a televisão dizer orgulhosamente que já apresentou mais de 40 recursos. Do governo a dizer que já não há dinheiro para a banca porque agora se vai preocupar com o emprego. Da Europa por ter encontrado soluções que não mergulham uns países no desemprego, enquanto outros próximos do pleno emprego recrutam os qualificados desses países em empobrecimento, aumentando o problema.

Podem dizer que isto não chega, o que quiserem. Enquanto muitos mais exemplos deste género não acontecerem é difícil ganhar esperança e acreditar que se faz justiça. É essencial para os próprios políticos perceberem que é assim que conseguirão mobilizar as pessoas. 






Rodrigo Subtil (Coordenação Nacional do +D)

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