Oiço o Primeiro-Ministro. Oiço os representantes da oposição. Oiço os
comentadores do regime. Oiço os comentadores dos comentadores…
Oiço e, quanto mais oiço, há uma dúvida que cada vez mais cresce em mim:
se a nossa classe política consegue ser ainda mais medíocre e míope do que a
nossa classe jornalística ou se, inversamente, é a nossa classe jornalística
que consegue ser ainda mais medíocre e míope do que a nossa classe política.
Em todo o caso, estão muito bem uma para a outra. Não é, de resto, por
acaso, que tão facilmente se saltita de um lado para o outro. Neste nosso
carrossel da Partidocracia, e dada a escassez de pão, aposta-se cada vez mais
no circo…
Se tivéssemos um Presidente da República que não fizesse também parte
deste circo, ousar-lhe-ia dar uma sugestão – chamar os representantes dos
diversos partidos, desde logo os dos dois maiores, e fechá-los numa sala do Palácio
de Belém, dizendo: “O circo acabou. Portugal não é um brinquedo que possa
servir de arma de arremesso entre os Partidos. Entendam-se, pois. Enquanto não
o fizerem, ficarão aqui fechados”.
Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
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