Neste capítulo da novela que tem sido a vida do Orçamento de Estado, sujeito que verga a condição humana de tantos cidadãos, a procura do vilão da estória ocupa o espírito de muitos. Quem falhou? Quem se atreve a tocar impunemente em tantos queijos ao mesmo tempo?
E logo a confortável esquerda pede a demissão do Governo! Como se este não tivesse feito o seu papel, que é o de propor o Orçamento. Mas fez.
Depois dessa proposta, manda a al. G) do nº 1 do artigo 161.º da CRP que outro órgão de soberania, bem maior em cabeças contadas, devesse aprovar o orçamento proposto. Se lhe manda aprovar, também lhe deixa a possibilidade de reprovar. Porque não o reprovou?
E então, quem é que deveria ser demitido? E porque é que não pedem a demissão da Assembleia, a começar pela dos deputados que trouxeram o OE até aqui, aplicando a esses as consequências diretas do OE?
Ou a figura desta aprovação não passa de mera retórica, ou outros interesses fazem dali desviar o seu ataque. Ou o OE não prevê emagrecimento para os seus padrinhos, o que é a pior das desgovernações!
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D) |
Sem comentários:
Enviar um comentário