sábado, 29 de junho de 2013

[Opinião +D] "Quando o mundo era bipolar, o mau foi substituído pelo que parecia melhor"


Quando, nos anos 80 do século passado, a Europa de Leste percebeu que o comunismo era uma coisa ruim, deitou-o fora e passou-se para o capitalismo. Agora as pessoas do lado ocidental perceberam que o capitalismo também não funciona bem, mas ainda não encontraram nada para o substituir. Quando o mundo era bipolar, o mau foi substituído pelo que parecia melhor. Mas afinal o capitalismo – o capitalismo financeiro dos grandes bancos, dos reguladores incapazes, dos esquemas e das negociatas especulativas – acabou por provocar a maior crise económica do pós-guerra e as pessoas perceberam que o crédito desenfreado, que democratizava o acesso à habitação e ao consumo, afinal não era mais do que um engodo que depois produzia falências e desempregados.

Mas se há 30 anos era simples trocar um sistema pelo outro, mesmo aqueles que actualmente se indignam não sabem para onde olhar quando procuram um novo modelo. Ninguém apareceu com uma nova grande ideia, que concilie a iniciativa privada com a justa distribuição de recursos e riqueza, a liberdade individual com uma sociedade solidária, o crescimento económico com a protecção ambiental. É como se esta crise tivesse mostrado a perversão do mundo sem revelar a sua redenção. Mas mesmo sem soluções salvíficas evidentes, cada um pode dar o seu pequeno contributo para um mundo um bocadinho melhor. No seu bairro, na sua comunidade, na sua cidade, se cada cidadão promover ou participar numa pequena mudança de atitudes e comportamentos fará diferença. Diz um provérbio africano: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias.” Eu acho que o caminho é mesmo este.


 
 
 
 
José Diogo Madeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade do seu autor.

1 comentário:

  1. O poder político aceitou ser alienado para manter uma guerra com armas invisíveis contra o seu próprio Estado, ou seja aos Cidadãos e Hoje a sociedade tem que repor o óbvio e o bom senso participando activamente na governação do Estado.
    A Democracia encontra-se como refém e cabe a nós cidadãos de lutarmos pela sua libertação activando o Princípio de Auditoria de Cidadão à Dívida,instrumento legal, nos termos da Constituição portuguesa permite a todo Cidadão de compreender o processo que o governo criou para contrair as dívidas públicas em nome do Cidadão.
    Há que afirmar a sua Dignidade dando Voz ao Principio de Auditoria de Cidadão, instrumento essencial de resistência e de reapropriação democrática na governação, assine e divulgue no seio do seu meio relacional. http://www.peticaopublica.com/?pi=P2013N38162
    chamo a atenção que não necessita de ser aprovado por nenhum orgão do Estado, utilizei este canal para medir em % a vontade da sociedade em nr de assinaturas do cidadão
    Se estivere de acordo assine e ajude a que este instrumento legal tenha o mínimo de 100.000 assinaturas.
    Espero poder ler a sua grata opinião José Diogo Madeira

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