Apesar da economia brasileira ter crescido significativamente nas últimas duas décadas ( 2,2% na década de 90 e 4% na seguinte), e de ter reforçado as politicas de combate à pobreza, o povo brasileiro não perdoa aos partidos políticos que têm governado o país, a debilidade persistente das estruturas de saúde, de educação e dos transportes públicos nas grandes cidades, nem a perceção que têm sobre a impunidade dos políticos corruptos, a nível federal e estadual.
As experiências de democracia participativa, em curso em diversos estados do Brasil, só podem estimular os brasileiros a consciencializar a perversão de prioridades politicas e levantarem-se, designadamente, contra investimentos de duvidoso retorno social, como ocorre com o plano de investimentos dos estádios de futebol para a organização de um conjunto de eventos internacionais (Campeonato do mundo de futebol de 2014 e Olimpíadas de 2016).
Bem pode a Presidente Dilma Roussef proclamar que “quero contribuir para uma ampla e profunda reforma política que amplie a participação popular” e defender "mecanismos de controlo e transparência" para que o cidadão tenha acesso aos dados e às despesas do governo.
Os políticos têm cada vez menos credibilidade, porque é cada vez maior o divórcio entre as promessas politicas não cumpridas e a realidade quotidiana dos cidadãos. Acresce que em 2012 a economia quase que estagnou, apesar dos avultados investimentos em curso. A frustração está achegar ao povo provavelmente mais otimista do mundo. Mesmo numa economia plena de oportunidades, como é o Brasil, parece que o Brasil está a acordar de um sonho lindo.
Fernando Lucas (membro da Coordenação Nacional do +D)
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