domingo, 30 de junho de 2013

[Opinião +D] GREVE GERAL de 27-06-2013

“O país não está parado”, responde o ministro da presidência quando questionado sobre a greve geral. E de facto, não está parado; está aparentemente desgovernado! Aparentemente só, porque os portugueses sabem bem como usar um dia de greve. Há vida e muita vida, para além da que é entregue aos empregos. Há relações, há hobies, há sol e praia, há festa sempre que se juntam. Somos capazes de viver além dos cercos que nos fazem, o que é motivo de orgulho. Com sorte, quem se acha no poder até pode ver os tempos de trabalho que sobrecarregam uns, desempregam outros. Mais um pouquinho e acontece a diminuição e ajuste dos horários, tempos de trabalho e salários de uns em prol dos que não têm. Que país de gente bonita! As crianças do ensino obrigatório têm à sua frente 90 dias sem escola que vão ocupar com o que os responsáveis lhe destinarem. Votos que o destino lhe dê condições de formação capazes de fazer deles cidadãs e cidadãos esclarecidos, capacitados para perceberem que não é preciso tanto governo centralizado e distante. Para perceberem que têm capacidade de se organizar e encontrar opções e soluções, sem andar à mercê dos que, se soubessem o que fazer com a própria vida, não se alapariam aos poleiros sujos do poder! Para perceberem que os lugares intermédios e de topo que impliquem decisões, deverão ser experimentados pelo máximo de pessoas. Esses lugares deverão ser responsabilizáveis e remunerados moderadamente. O exercício do poder deverá ser uma obrigação civil que a todos toca. Não uma distorção que enquista vidas para se mostrarem ao mundo embrulhados em patines apetecíveis a fim de serem desejados, quando os próprios fugiriam da sua pele - que também cobiçaram - para uma vida comum, se conseguissem!

 

Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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