domingo, 23 de junho de 2013

[Opinião +D] Enquanto alguns candidatos às próximas eleições autárquicas se esmeram em esconder o respectivo símbolo partidário (tipo Filipe Menezes no Porto e Moita Flores em Oeiras), andam os independentes a trabalhar arduamente para arrecadar as assinaturas necessárias para formalizarem as suas candidaturas.

Enquanto alguns candidatos às próximas eleições autárquicas se esmeram em esconder o respectivo símbolo partidário (tipo Filipe Menezes no Porto e Moita Flores em Oeiras), andam os independentes a trabalhar arduamente para arrecadar as assinaturas necessárias para formalizarem as suas candidaturas. É curioso ver que quem tem partido (especialmente partido no governo) tenta passar como independente, quem verdadeiramente não tem partido esfola-se para conseguir milhares de assinaturas para poder ir a votos em Setembro. Todos os cidadãos, sejam ou não inscritos em partidos, devem ter o mesmo acesso ao exercício de cargos políticos. Admito até que a Constituição da República Portuguesa — goste-se ou não, é a que temos; se não gostamos dela, podemos sempre tentar mudá-la — garanta num dos seus artigos que todos os cidadãos, independentemente da sua raça, sexo ou crença religiosa, têm os mesmo direitos políticos. Que sentido faz então que alguns cavalguem em cima de partidos (alguns dos quais são meras ficções instrumentais) para serem candidatos à gestão dos seus concelhos e freguesias, enquanto outros têm de andar pelas ruas das suas cidades e vilas a encher folhas de assinaturas para conseguir ser admitidos como candidatos autárquicos pelos respectivos tribunais das comarcas? Mais justo e equilibrado seria reduzi-los - candidatos partidários e independentes - ao mesmo procedimento para apresentação de candidaturas autárquicas. Talvez fosse inteligente exigir, a todos, um número idêntico de assinaturas que justificasse as respectivas candidaturas. Seria uma forma de equiparar todas as candidaturas admitidas ao escrutínio, mas também de tornar os processos eleitorais mais vivos, obrigando todos os candidatos a passarem algumas semanas nas ruas, em contacto com potenciais eleitores e aí recolhendo as necessárias assinaturas. A democracia exige também que eleitos e eleitores se conheçam, falem e olhem nos olhos.


 
 
 
 
José Diogo Madeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
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