quarta-feira, 26 de junho de 2013

[Opinião +D] Participar faz bem ao EGO


 Interessam-me, de há já longa data, os modelos económicos que se centram nas pessoas, atores sociais. Rejeito a economia de função meramente instrumentalista, quase sempre ao serviço dos mais “hábeis”. Advogo, sim, a solidariedade, o associativismo, a cooperação e o cooperativismo como modelo económico e os princípios pelos quais se rege. Tal reside na convicção de que, a pessoa como valor, esta acima do valor do capital. Este, com o seu poder assimétrico, gera exclusão e pobreza. Defendo, na senda de Foucault, o poder relacional que tem como ADN, a PARTICIPAÇAO. Um modelo de desenvolvimento que, tendo o homem no centro, permite a cada um, o seu empoderamento tendo como princípios fundadores a liberdade e a autonomia. A democracia é a sua trave mestra. Contudo, as democracias representativas saldam-se, por vezes, por elevados défices de participação. Os eleitos, atuam e decidem, em alguns casos, mais pela sua ótica, do que pela dos que representam.

A crescente complexidade da era moderna dificulta, por sua vez, o sentido comunitário. Nos processos políticos o mesmo se passa. Ou existe alheamento, o que se prova pelos elevados níveis de abstenção nos atos eleitorais, ou, os que são eleitos como representantes talvez não envolvam suficientemente os que representam, sobretudo na tomada de decisão. Provam-no, recentemente, o secretismo ou a “sonegação” da informação, para tomada de decisões, em Conselho de Ministros. Foi noticiada a distribuição de um documento, com os assuntos a discutir (ao leader,  claro) numa tentativa, talvez de ofuscação, das decisões a tomar.

O poder é “a possibilidade de controlar algo ou alguém”. Nos grupos conduz aos jogos de soma zero em que, se uns ganham, outros perdem. O empoderamento pessoal, através da democracia participativa, implica todos na responsabilidade e na tomada de decisão. A participação cidadã anula as distâncias entre os cidadãos e o poder investindo, cada um, o seu poder próprio. E, se outras vantagens quisermos encontrar, podemos aferir, em termos de desenvolvimento pessoal, que a participação e o empoderamento aumentam a capacidade de ser construtor de ” destinos”, o reconhecimento dos demais e, em consequência, a subida do auto conceito e da autoestima. Em suma a democracia participativa faz que, cada um se sinta mais PESSOA.






Conceição Couvaneiro (Conselho Geral do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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