sexta-feira, 21 de junho de 2013

[Opinião +D] Guerra Fria

Barac Obama pede à Rússia que reduza o seu arsenal nuclear. Pedido feito durante a visita à Alemanha, que é potência com interesses sempre bem definidos em assuntos bélicos. A Rússia, de resposta pronta e irónica, fez lembrar ao Presidente americano que a sua pátria investe em equipamento pró-nuclear. Há nestas notícias um dè-já vu desinteressante. Quem explica, de forma racional e razoável a guerra-fria? Não sou só eu que não encontra a razão pela qual duas potências que distam directamente uma da outra, poucas milhas do Pacífico, precisam de dar a volta ao mundo e envolver os países que encontram pelo caminho para se guerrearem! Porque me parece que nada tem a ver com animosidades entre eles? Os paradigmas onde assentou a guerra-fria estarão mesmo moribundos? Se a América se ergueu a produzir guerras em terra alheia, o que impedirá a Rússia de percorrer o mesmo caminho? Grandes potências também estão nesse caminho, como a Índia, a China e outros mais discretos aos olhos do mundo. Querer a fartura material, o desenvolvimento tecnológico e científico do século XX e não querer as suas mães – as Guerras – é como querer comer as omoletas e continuar a ter os ovos inteiros! Não há ingenuidade para crer que os paradigmas agora reinantes sejam vegetarianos puros, para dispensarem omoletas. Por isso, com ou sem nuclear, a única coisa certa e criada pelo mundo, é a guerra. Diz um provérbio japonês “quem quer paz, prepara-se para a guerra”. Enquanto indivíduos, só a consciência da utilidade da cidadania nos pode preparar para as guerras.

 
Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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