apelo para uma vida mais ativa. A partidocracia do poder (PS-PSD-PP) e a partidocracia do protesto (PCP-BE) sentiram então uma ameaça ao seu monopólio e tremeram: aliadas em tantas "causas" (como o financiamento aos partidos e na uma interpretação da lei da limitação dos mandatos) estas duas partidocracias sentiram Medo de que os cidadãos pudessem sair do sofá e tomar as rédeas dos seus próprios destinos.
Infelizmente, e depois de ter aberto essa porta da cidadania ativa, o mesmo candidato presidencial que a abriu seria aquele que a fecharia meses depois: Namorado pelo PS, comprado pelo PSD, cedeu a uma soberba inflamada pelos 14% e - como Alegre antes dele - pensou que os votos eram seus e foi a correr a apoiar o PSD, o mesmo partido que hoje destrói Portugal a mando dos herrenvolk do norte da europa. Em troca, prometiam-lhe fausto e destaque. Humilhado no Parlamento e por uma desaprovação esmagadora por parte dos seus apoiantes, Nobre retirar-se-ia da vida política ativa, evaporando assim um capital de credibilidade e influência que hoje podia ser seu e arrastando com esta retirada para fora da cidadania ativa muitos daqueles que tendo despertado para a política a tornaram a abandonar. Hoje, podíamos ter todas essas cidadãos reformando ativamente e a partir de dentro estes partidos políticos cristalizados numa lógica autofágica de Poder ou Protesto. Ao invés, temos toda esses cidadãos mais desmotivados que nunca para exercer aquela cidadania ativa de que o país tanto precisa.
Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)
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