domingo, 26 de maio de 2013

[Opinião +D] O financiamento dos Estados e os paraísos fiscais

A cimeira europeia desta última 4ª feira (22/5) dedicou-se aparentemente à discussão das medidas de combate à evasão fiscal, que é responsável por cerca de 1 bilião de euros a menos nos cofres dos Estados europeus, valor que corresponde ao total das despesas de saúde pública, de todos os países da União Europeia.

Depois de anos de cimeiras europeias, do G8, do G20, etc. a discutir o mesmo assunto - a viciação consentida das fontes de financiamento dos Estados, por aqueles que dispõem de maior capacidade financeira – poderemos estar no início de uma nova fase desta luta.

A pressão de organizações independentes dos partidos políticos, veiculada nos relatórios da Transparência Internacional ou a recente divulgação de uma enorme volume de ficheiros sobre as operações secretas dos off-shores, pela ICIJ, International Consortium of Investigative Journalists, são as práticas que  interessam aos cidadãos que querem defender o regime democrático, de facto.

Enquanto a maioria das populações europeias está submetida a enormes sacrifícios nos seus padrões de vida, um estudo de James S. Henry, antigo economista-chefe da McKiensey, aponta para um crescimento das fortunas geridas, a nível mundial, pelos 50 maiores bancos privados que usam habitualmente os off-shores, mais do que duplicou entre 2005 e 2010.

É este o mundo em que vivemos. É este o mundo que os democratas de todo o mundo precisam denunciar e exigir que ele seja banido, porque perverte e mina a própria sustentabilidade dos Estados.

 

Fernando Lucas (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.




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