sexta-feira, 3 de maio de 2013

[Opinião +D] Freguesias, que futuro?...


Os presidentes de Junta de Ribeira de Santarém, Vaqueiros e Vale Figueira lançaram o desafio aos candidatos à Câmara Municipal de Santarém de esclarecerem a sua posição sobre a agregação de freguesias. Assim, aproveitei para divulgar claramente a nossa posição (a da candidatura “Mais Santarém” que é afinal também a do +D) nesta tão importante matéria, aproveitando para o fazer também e em geral sobre a reforma administrativa.

A nível legislativo e assim nacional, não conseguimos entender que se faça esta chamada agregação de freguesias, que em muitos casos e na prática mais parece uma eliminação de algumas freguesias, sem se fazer algo de semelhante relativamente aos concelhos. Como é sabido, há concelhos que têm muito menos habitantes que algumas freguesias… Mais uma vez se começou pelo mais fácil, pelos supostamente mais fracos ou menos influentes.

Relativamente às freguesias do concelho de Santarém, a questão é ainda mais incompreensível. Não se percebe nem se pode aceitar de bom grado que se tomem decisões sem se ouvir os diretamente interessados e que neste caso são obviamente os fregueses dos espaços afectados pela alteração. Decisões desta natureza só podem ser assumidas depois de uma ampla discussão e têm de o ser por critérios objectivos lógicos sem qualquer tipo de interesses partidários, pessoais ou outros por detrás e que tenham em conta a história e características peculiares de cada local. E estes comentários adequam-se certamente a muitos outros concelhos!

Numa reforma deste âmbito nunca se pode esperar apoio unânime, mas pode-se sim esperar e conseguir a aceitação das populações se nela virem razoabilidade, independência de critérios e franca vontade de fazer o melhor por parte de quem assume as decisões. Como é possível que se ponha em marcha um processo desta relevância para as populações, sem a necessária e aprofundada discussão, pensando, falando com todos e procurando consensos e depois acautelada a sua execução prática? Quando se entenderá que não há outra forma possível de trabalhar? Quando se irá perceber que não é contra as pessoas que as coisas se conseguem?!

Em suma, ninguém aqui é contra a reforma administrativa que há muito é necessária. Mas, da forma como ela está a ter lugar, entendemos que só poderia e deveria haver a coragem de voltar atrás e começar de novo…







Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)

Sem comentários:

Enviar um comentário