segunda-feira, 20 de maio de 2013

[Opinião +D] “It’s the Culture, stupid!”


“A verdade é que quando o Monnet dizia que era pela cultura que se devia ter começado [a União Europeia], enganava-se. A cultura separa. Os intelectuais não querem perceber isso porque pensam que são eles os donos da cultura. A cultura marca as diferenças” (Eduardo Lourenço, in “Público”, 19.05.2013).

Uma semana depois do último Debate + D, onde dois dos mais distintos federalistas europeus portugueses, Viriato Soromenho-Marques e Paulo Trigo Pereira, expressaram bem a sua desilusão com o estado da União Europeia, aquele que em Portugal de forma mais brilhante justificou nas últimas décadas essa opção manifesta também o seu “desencanto”, quase que assumindo um “mea culpa”. Falamos de Eduardo Lourenço que, numa longa entrevista, chega a referir-se à necessidade de um “milagre”.

Curiosamente, já no Debate + D Viriato Soromenho-Marques havia falado da necessidade de uma “revelação”. Tudo isto, obviamente, é significativo. Denota bem o estado a que a União Europeia chegou. E, no entanto, na declaração de Eduardo Lourenço que destacámos está tudo. Continuará a existir Europa, como “sempre” existiu, com alianças políticas e económicas múltiplas. Jamais existirá, porém, uma Europa verdadeiramente unida. Porque “a cultura separa”. “It’s the Culture, stupid!”







Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)


Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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