Sejamos claros: Marinho e Pinto é hoje um fenómeno de popularidade política que não pode ser descartado nem desconsiderado. Representa uma vontade de mudança do sistema e dos partidos do sistema (PS, PSD, PP) a que os partidos do “eterno protesto” não souberam responder. Em vez de o encaixarmos numa categoria estanque de “populismo”, devemos, refletir qual foi a motivação do sucesso e encontrar essa resposta na forma anacrónica e obsoleta como os partidos (e, em particular, o PS) ainda conduzem a sua governança interna: fechada, pouco aberta à sociedade civil e aos movimentos sociais (apesar de alguns bons passos nesse sentido com o LIPP) e onde os militantes ainda valem demasiado pouco se comparados com os poder das direcções das seções locais e das direcções nacionais.
Marinho Pinto não é uma ameaça à democracia, é uma lição. Aprendamos o que representa a sua atual popularidade, a muito provável conquista de um grupo parlamentar com 2 a 4 elementos e preparemos uma reação adequada e em consonância com a realidade, respeitando sempre a vontade e escolha dos seus eleitores, não fechando pontes nem rejeitando nada. Se Marinho e Pinto conseguir mesmo eleger esse grupo parlamentar não o faz por ser um líder “populista” (termo muito abusado), mas porque foi eleito em eleições livres e justas e logo, os seus resultados deverão merecer a devida análise e reacção, adequada e racional e não fruto do despeito ou de uma suspeição absoluta."
Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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