O recente acumular de notícias sobre investigações e casos de corrupção e fraude em Portugal merece reflexão à associação e movimento cívico Mais Democracia:
1. Em primeiro lugar, saudamos o facto de o tema da corrupção estar na ordem do dia e sob o foco de atenção dos cidadãos e dos meios de comunicação. A amplitude e consequências deste fenómeno nunca mereceram entre nós a atenção que algo com um impacto estimado entre 5 a 7 % do PIB, durante dez anos, deveria sempre ter tido.
2. Em segundo lugar, erguemos a nossa expetativa quanto à capacidade da Justiça conseguir levar a bom termo e com resultados eficientes estes seus últimos esforços. No passado recente, vários casos de alto impacto mediático acabaram esfumando-se em nada, criando nos cidadãos um justo sentimento de inoperância deste terceiro pilar do Estado de Direito e de impunidade dos corruptos perante o curto e fraco braço da Justiça. Após um tão alto esforço e elevada atenção mediática, esperamos que estes processos sejam correspondidos de igual maneira.
3. Em terceiro lugar, o Mais Democracia espera que a Justiça siga o seu curso, mas que o faça com a velocidade que seja adequada à gravidade dos vários processos que hoje merecem a atenção dos cidadãos. Uma justiça lenta é uma justiça adiada e uma injustiça adiada é uma justiça sonegada. A sociedade, o regime democrático e a gravidade extraordinária dos casos de corrupção atualmente em análise merecem uma velocidade acelerada e uma qualidade de investigação extraordinária. Os cidadãos não esperam menos e a sociedade exige-o.
A Coordenação Nacional do +D
Concordando com o teor desta posição, acrescento que a manifesta impunidade reiterada do desrespeito pelo segredo de justiça, quase que em permanente provocação àqueles que têm a responsabilidade de zelar por ela, é uma preocupação acrescida para quem deseja ver a justiça atuar sem interferências preversas.
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