O referendo na Catalunha para além do óbvio que foi legitimar uma vontade largamente expressa pela maioria dos «votantes» e criar um lastro poderoso, para aguentar as tempestades que se avizinham, sopradas por Madrid, deixou-me a pensar no contraste entre a informalidade do mesmo e o enorme impacto que terá no futuro daquela região. Esta leveza, organização voluntária e voluntariosa, permite que pensemos que os referendos mesmo não vinculativos poderão ser decisivos nas tomadas de decisões que interfiram com o futuro das comunidades. Um modelo simples que fornece indicadores de certo mais seguros que estar a fazer inquéritos em qualquer plataforma digital ou confiar no discernimento dos eleitos.
O reconhecimento do peso da participação presencial, individual, estimula a capacidade de nos expressarmos e reforça a coesão do grupo, aumentando a capacidade de resposta aos desafios. Um voluntário a receber um boletim de voto e a colocá-lo numa urna aberta, de cartão, transparente de um lado, é um símbolo que não vou esquecer.
Carlos Seixas (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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