quinta-feira, 27 de novembro de 2014

[Opinião +D] Lá vem Serpa, lá vai Moura e as Pias ficam no meio....

O Cante Alentejano já é Património Imaterial da Humanidade, isto quer dizer que continua a sê-lo mas, desta feita, com selo de garantia.
Ainda bem que a certificação certifica que os Alentejanos em particular e os Portugueses em geral, desde há muito despertados, com as primeiras vocalizações de um tradicional Cante, estão também certificados para se sentirem orgulhosos. Ainda bem!
A candidatura teve algumas vicissitudes, acertou o passo e conseguiu estruturar o que o Cante liga: uma comunidade, entre si e uma região, ao país que integra.
Tenho um neto alentejano que me faz ir Serpa e desde há muito que admiro a ligação que os vários agentes culturais locais procuram desenvolver entre as várias tradições e o envolvimento com realidades culturalmente diferenciadas. O enriquecimento dos projetos abertos que integram diferentes experiências fortalecem as comunidades e os seus traços de identidade adaptando-os aos desafios que a transformação dos padrões de vida impõe.
A vitalidade que sinto em Serpa, nem sempre entendida pelos locais, tem a ver com a descaracterização que sinto noutras paragens.
Ao Cante desejo que para além dos calendários políticos e das vaidades culturais se aprecie o que de genuíno caracteriza este traço de identidade de uma região a que nos ligamos mesmo que ao longe....


Carlos Seixas  (membro da Coordenação Nacional do +D)



Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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