quinta-feira, 26 de junho de 2014

[Opinião +D] A que Estado chegámos mesmo?!

No último sábado, 21 de Junho, teve lugar um debate em Lisboa com o mote “O Estado a que Chegámos”, organizado pela nossa/vossa Associação +D – Democracia em Movimento, que a grande maioria dos que a acompanham foi conhecendo e batizando de “Mais Democracia”.  
Como muitos de vocês sabem, até porque alguns lá estiveram presentes, tivemos Vasco Lourenço e Garcia Leandro a conversar connosco também sobre a sua rica e motivadora experiência.
Se olharmos para o costumeiro nestas iniciativas, mesmo quando organizadas, divulgadas e promovidas por partidos políticos com dimensão ou por outras entidades conhecidas da generalidade, e se quisermos “tapar o sol com a peneira” como muitas vezes muito gostamos de fazer, diremos com convicção que este evento foi um êxito também em número de participações. E digo também, porque em termos da qualidade e conteúdo das intervenções, quer dos convidados para estarem presentes como oradores, quer daqueles que ali estiveram dispostos a assistir e intervir na prevista altura contribuindo com as suas ideias e com as suas opiniões, a participação foi mesmo ótima!
Mas, se falarmos de uma ideal e alargada participação daqueles que, no Facebook, e mais aqui e mais além, parecem manifestar vontade de agir, de contribuir, de vencer a inércia que nos leva a ficar em casa a ver televisão ou a dormir a sesta num sábado à tarde, calma e passivamente, a coisa fica muito aquém…
Claro que as cerca de 70 pessoas que por ali passaram naquele dia cinzento que foi o primeiro deste nosso verão, valeram tudo o que se procurou ali conseguir. Mas, para quem não se resigna com a pretensa ação dos que de tudo dizem mal e que sobre tudo sabem opinar, refugiados na facilidade dos comentários de café, de Facebook e noutras formas distantes, isto não basta.
Antes de terminar este texto que mais é um desabafo, lembro os mais distraídos que “o Estado a que Chegámos”, expressão que como disse serviu de tema a este debate de que aqui falo, foi retirada da conversa que Salgueiro Maia teve com os seus militares na Escola Prática de Cavalaria de Santarém no dia 24 de abril de 74, à noite, já quase madrugada, antes de partirem para Lisboa nesse dia histórico, que todos devemos sempre recordar com orgulho. Alturas em que gente de convicção e muito valor levava outros a defenderem aquilo em que acreditavam sem pestanejar nem pensar (só) no que poderiam vir a lucrar pessoalmente com as suas atitudes…
Essa gente voltará? Estará ainda esse espírito lá bem no fundo dentro de nós?!
Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 

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