terça-feira, 3 de junho de 2014

[Opinião +D] É triste mas é verdade

Celebrou-se há pouco o dia da criança e, triste noticia: um quarto das crianças em Portugal vive na pobreza - mais de 27% - . Recuou-se uma década relativamente ao que havia sido conseguido já.  Sem dinheiro,  para material escolar, para transportes, para comer, estamos perante uma infância comprometida e, injustamente sofredora.  Os restantes, mesmo os que eram considerados da classe média, vivem as dificuldades inerentes às da sua estrutura familiar, sendo exemplos de tal: a ausência das saídas habituais em família, a suspensão de atividades extra curriculares  (a aprendizagem da música, entre outras), a ter, enfim, melhor educação. O direito de ser criança vê-se, assim, comprometido o que, naturalmente, dará lugar a um retrocesso civilizacional, sem precedentes. Acresce, a este facto, que os mais favorecidos, tanto económica como intelectualmente, são os que continuam, apesar de tudo, a ter mais privilégios, maiores financiamentos, através do erário publico, para a sua educação. Nos outros, "coitados", não vale a pena apostar. " Quem manda o sapateiro querer subir acima da sua chinela...?"  Mas onde andam os direitos da criança, proclamados há 55 anos (20 de Novembro de 1959) e, nomeadamente, o Principio II: "Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social", nesta política elitista e rocambolesca, Cratiana? E, o pior é que tenho visto isto defendido por, supostamente, "boas consciências". Vivemos acima da média, dizem. O mal foi a melhoria das condições sociais, o acesso à educação e à saúde, a ter na dieta alimentar leite e mais proteínas. A ter uma casa com luz e água. a deixar de andar de burro (parece que acabaram...) e a locomovermo-nos nuns carritos. Dos cada vez mais ricos não se fala ou então é para evidenciar o seu papel de "anjinhos da guarda" de protetores dos pobres. E das swaps (?), e dos submarinos (?), e dos investimentos aos bancos (estrangeiros) seus resgates disfarçados (?), e de todos os luxos de poucos, (?) e das "desgovernanças"...?  Disso não se fala ou pelo menos fala-se "à boca pequena", e de forma inconsequente. Uns estão condenados a ser pobres porque, os especiais (poucos), tem que comandar esta coisa. Salvar a Pátria, como se tem visto.Talvez um dos nossos patriarcas traga, de Copenhaga, boas noticias. Agora é que vamos ter boa saúde e... para todos. Talvez que a cultura também passe a ser mais erudita. Tenhamos fé.  


 Maria da Conceição Serrenho Couvaneiro (Conselho Geral do +D)

 Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de  membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 

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