terça-feira, 17 de junho de 2014

[Opinião +D] Alertas

Mesmo os mais optimistas sentem o mundo num “alvoroço” inquietante. Os conflitos anunciam-se como podendo desplotar uma temível tragédia como outras que antes aconteceram. A União Europeia, que tem vivido um período de paz e de acalmia, pode confrontar-se com cenários de guerra que comprometam o estado, relativamente pacífico, das últimas décadas. Ucrânia, Israel, Palestina, Iraque, Turquia, Síria, Afeganistão podem anunciar-se como bombas explosivas, com rastilhos comprometedores, deste relativo sossego da União Europeia. A generalizada crise económica, dos últimos tempos, pode augurar esta situação. Os sinais não deixam de se fazer sentir. Cito alguns: o  corte de petróleo e de gaz natural, pela Rússia à Ucrânia; o XXI Congresso Mundial de Petróleos, sobre a responsabilidade energética a decorrer, nesta altura, na Rússia; o excessivo aumento (maior dos últimos nove meses) do preço do petróleo. Acrescem a isto as tomadas de posição, na cena económica mundial, dos Países emergentes, nomeadamente da China. E, neste novo teatro de operações, surgem diferentes enquadramentos. Angola, presente no  Congresso supracitado deste Conselho Mundial, constituído pelos 80 Países produtores de petróleo prepara-se para para presidir de novo, após 2002, ao Conselho de Segurança da Nações Unidas, invocando a sua experiência na mediação de conflitos. O Papa Francisco, consciente dos iminentes perigos, no seu périplo às zonas onde, de forma mais cruel, os atentados à vida tem lugar, fez apelo à paz e à oração, em iniciativa inédita. Não deixa ainda de se revestir de significado que, a reunião do Clube Bilderberg encerrada no último domingo, na Dinamarca sem qualquer declaração pública, segundo investigadores indicia fortes indícios de que a Europa pode mergulhar, a breve prazo, num conflito armado (El Confidencial, in Correio do Brasil). O tom pode parecer demasiado pessimista mas não há dúvida que não vivemos no melhor dos mundos e que os que mandam “nisto tudo” fazem da gente, marionetas que comandam ao sabor dos seus interesses. Vale a pena acreditar assim tanto neles?


Maria da Conceição Serrenho Couvaneiro (Conselho Geral do +D)

 Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de  membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 

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