sexta-feira, 1 de novembro de 2013

[Opinião +D] Haja ilusão…

Disse Natália Correia, salvo erro em 1993:  "As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas ruturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir."

Ainda só estamos no princípio da segunda década desse na altura “próximo milénio” e já pouco falta para que tudo isto seja realidade! Ou já não faltará mesmo nada?!

Mas continuamos alegremente a sonhar que os grandes males serão só dos outros e que a nós esses grandes males nunca irão afetar assim tanto porque nos iremos sempre safando e sobrevivendo “dignamente” à custa da grande ajuda de um grande amigo muito influente que temos e dos nossos magníficos conhecimentos. Só que um dia essa ilusão também vai passar, vamos concluir que esses tais só se ajudam a si mesmos. E aí vamos perceber que perdemos tempo. Que já é muito tarde para ajudar esses nossos pares que há muito viram que não tinham futuro. E pior, será também muito tarde para nós próprios. Nós, esses tais que até tínhamos eventualmente conseguido envidar esforços para ajudar os outros e para melhorar as nossas próprias vidas pela intervenção social, solidária, cidadã, já pouco poderemos fazer…

Mas aí vamos ter de nos calar e aceitar o nosso triste destino e o dos nossos filhos e netos. Por uma simples razão: porque nada teremos feito para o mudar…








Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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