Se nada mudar - muito depressa - teremos algo de muito trágico e violento, de consequências e impacto que rapidamente fugirão a qualquer tentativa de controlo ou moderação. Estes Decisores esquecem que foi depois da auto-imolação de um desempregado na Tunísia que eclodiu a Primavera Árabe que depois regimes estáveis com mais de 40 anos e rapidamente se propagou a vários países do norte de África e do Médio Oriente. Os portugueses são "o melhor povo do mundo", mas são
humanos e o seu desespero tem limites máximos e estes já foram alcançados por muitos desempregados seniores que sem perspetivas migratórias (os mercados de destino procuram jovens), sem qualquer subsídio, a mais de dez anos de uma reforma com penalizações e sem qualquer perspetiva de formarem novas empresas (nove em dez abrem falência no primeiro ano) ou de conseguirem regressar ao mercado de trabalho, estão cada vez mais sensíveis aos discursos e impulsos mais radicais e extremos.
Este desespero não é apenas perigoso para a Situação. É-o também para a própria Democracia e devia de merecer aos Decisores nacionais e europeus a mais alta das prioridades.
Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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