terça-feira, 26 de novembro de 2013

[Opinião +D] E nós continuamos na mesma?

Muitos estonteantes acontecimentos políticos têm acontecido ultimamente e merecem reflexão. Panóplias de protestos, vindos de todos os quadrantes, surgem cada vez mais musculados. Os militares e as forças militarizadas tomam posição e manifestam-se. As posições surgem por vezes controversas como, por exemplo, o ultrapassar o limiar permitido, junto às escadas do parlamento. Miguel Macedo que, quanto a mim, se tem vindo a revelar hábil na condução de algumas políticas refere e com razão que ”a democracia tem regras que devem ser respeitadas”. Contudo os governos têm que ter a sensibilidade necessária para manter os limites considerados toleráveis para que a deontologia possa ser respeitada. Para que o equilíbrio social se mantenha e se respeitem os mais elementares direitos humanos. Um homem de 68 anos, presente na manifestação de hoje, chorava ante a repórter e as câmaras, referindo a situação de precariedade da sua família. A fome alastra, são mais de 400.000. Cada vez mais os “bem-intencionados” fazem caridade, mas a justiça, onde anda? Como é que se pode justificar, nesta conjuntura, o aumento tão substancial de fortunas milionárias? Num Pais onde as questões do género são o que são, noticia-se hoje, que Portugal é o Pais com maior número de mulheres milionárias. E o número das que não têm trabalho nem pão para os filhos? Os polícias que agora se manifestam são os que, na defesa da ordem, são punidos, socrestados, mortos, quando a defesa do bem público o exige. Quanto ganham e que segurança têm, face a outros ”servidores do Estado” a quem também pagamos? Hoje é um momento de particular relevância porque é a aprovação do orçamento geral do estado. Catastrófico, anunciam. Parece, pois, legítimo lutar pelos mais elementares direitos pois todos somos gente. Como dizia um poema de que me não lembro o autor: “Porra! Um homem morreu condenado e nós continuamos na mesma. Mais vinho para a nossa mesa”.

 
Conceição Couvaneiro (Conselho Geral do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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