Para além dos evidentes méritos da proposta importa aqui focar o debate num ponto: devem os cidadãos participar ativamente no destino dado aos seus impostos? É minha crença (e do +D, que coloca a Transparência Orçamental no centro das suas propostas para Portugal) que os cidadãos devem ter algum tipo de controlo sobre a aplicação do seu contributo para a sociedade, ao contrário do que consagra o dogma vigente. Acredito que devem existir mecanismos que permitam que cada cidadão possa escolher quais os setores onde (proporcionalmente) o Estado deve alocar uma percentagem fixa do seu contributo fiscal, permitindo assim participar - numa base anual - nos destinos financeiros do pais. Acreditamos numa Democracia Participativa, em tudo, incluindo na elaboração do Orçamento do Estado.
Uma nota sobre de Blasio: ainda que tenha sido eleito nas listas Democratas, o autarca pertence de facto ao "Working Families Party" uma coligação independente apoiada por sindicados e dedicada à redução
da desigualdade social e política nos EUA. Este partido, além de Nova Iorque, obteve mais vitórias noutros Estados dos EUA, como no Oregon onde fez aprovar legislação para limitar a crise das dívidas dos Estudantes, limitou a acção das grandes universidades privadas no Connecticut e conseguiu que os dias de doença fossem pagos em New Jersey, Estado onde também conseguiu aumentar o salário minimo em quase 10% (para 8,25 dólares/hora). O Partido encontra a sua principal inspiração no Movimento Occupy e a sua ascensão ao poder em Nova Iorque representa uma importante vitória para este movimento.
Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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