quarta-feira, 17 de julho de 2013

[Opinião +D] É preciso AGIR, sem demora

A crise discute-se nos salões. Os mesmos de sempre são chamados a fazer propostas de entendimento. Os que, mais não fizeram senão tornar dramática a situação em que nos encontramos. E que se irá passar? Obter um compromisso de Salvação Nacional? É como se num divórcio, muito litigioso, o juiz decretasse que os proponentes se reconciliassem, à ordem da justiça, e passassem a entender-se como nada se tivesse ocorrido antes. Somente por milagre de “Nossa Senhora de Fátima” tal aconteceria. A situação económica e social vai-se, entretanto, agudizando. O limite ao défice parece não ir ser alcançado. Os juros de curto e médio prazo aumentam. A falta de confiança prolifera na sociedade. O caos e anomia social instalam-se. O Pais, à ordem de interesses externos, está agonizante. Apresenta-se cada vez mais em risco. A agravar, surge a crise no Pais vizinho, devido à corrupção. Os movimentos independentes têm vindo a fazer “bandeira” deste combate (a corrupção), sabendo que esta é a principal responsável, por este estado de coisas. Têm no feito, pela voz esclarecida e desassombrada de Paulo Teixeira de Morais. Estas conjunturas parecem ser cíclicas, neste Portugal, que Abril ainda não conseguiu libertar. Mas, são tanto melhor ultrapassadas, se os seus intervenientes se revelarem com bom senso, coragem e audácia.  Qualidade. Preocupava os oitocentistas - Alexandre Herculano, Garrett, Teófilo Braga, Antero de Quental, António Sérgio…- reunidos nas célebres Conferências do Casino, as questões estruturantes da Sociedade Portuguesa: o despovoamento, a reforma da administração pública, as questões entre absolutistas e liberais, a injustiça, a revolução científica técnica e industrial constituíam a base das grandes discussões. Eça falava então, “dos vencidos da vida”. Em 2013, século XXI, apresentam-se ainda, as mesmas inquietações, medos e incertezas acrescidas, nesta era global. Pode concluir-se, neste cenário, continuar a poder se falar dos “vencidos da política e do desgoverno”. Especulam-se saídas, mas… pensar, diagnosticar, questionar falar, não chega. É preciso AGIR, sem demora.





Conceição Couvaneiro (Conselho Geral do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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