domingo, 14 de julho de 2013

[Opinião +D] Para quando a viragem da politica económica?

O Presidente da República deu uma semana aos partidos que subscreveram o Memorando com a Troika, para encontrarem o caminho da salvação nacional.

Durante dois anos, o Presidente da República assistiu, impávido, à aplicação de politicas inadequadas para os propósitos que se propunham alcançar. Apesar disso, ainda recentemente, em 25 de abril, revelou aos portugueses a sua solidariedade politica com o Governo, o que nada obrigava a fazer.

Ora, a situação a que chegámos resultou da continuidade de politicas públicas erradas, que gradualmente tem vindo a minar os equilíbrios fundamentais da economia portuguesa, levadas a cabo pelos três partidos em causa e, entre eles, daqueles que queriam ir para além da Troika.

A desagregação a que assistimos recentemente do Governo do país deve ter irritado o comprometido Presidente que, numa jogada inédita, recusou a remodelação proposta por PPC, e anunciou ao país, que quer agora aquilo que durante dois anos, não o incomodou: a quebra da base politica e social para a salvação nacional.

Ninguém duvida que os próximos dois anos terão de privilegiar o crescimento e o emprego, sem agravar, antes pelo contrario, os deficits orçamentais e a dívida pública. Mas como esta viragem está ancorada na vontade hegemónica da Alemanha, e esta está pendente das eleições nacionais de setembro, qualquer mudança politica em Portugal não será eficaz antes da realização daquelas eleições facilitarem novas medidas europeias de expansão da economia.

Até lá, o que espero são cenas de entretenimento, uma dança de cadeiras com os meus bailarinos, mas não o que precisamos: a entrada de novos protagonistas no Executivo, com prestígio e capacidade negocial com os credores nacionais, para reverter o plano inclinado em que nos colocaram.


 

Fernando Lucas (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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