Ao longo dos últimos anos, os Orçamentos Participativos têm caminhado desde
formatos consultivos, sem equipas técnicas, até formatos mais
deliberativos e participativos onde a presença dos cidadãos tem assumido
um papel crescente. A tendência existe e demonstra uma forte apetência
dos cidadãos para participarem mais ativamente na vida das suas
comunidades (municípios e freguesias) e merece uma reflexão: os
políticos profissionais queixam-se frequentemente dos baixos índices de
participação cívica dos seus eleitores, mas os OPs, os relativamente
altos níveis de participação parecem demonstrar que quando é dada
ocasião aos cidadãos para participarem nos processos de decisão, eles
não rejeitam fazê-lo, fazem-no bem e com racionalidade e com
intensidade. Os OPs devem continuar a expandir-se e o infeliz caso de
Lisboa (com a redução para metade do valor para o OP2013) tem que ser excepcional: se queremos
renovar a democracia, teremos que a renovar pela via participativa e
direta e os Orçamentos Participativos são uma das ferramentas ao dispor
desta via. Na verdade, os OPs não se devem limitar ao meio autárquica,
podendo até estender-se (primeiro num regime limitado e experimental) ao
próprio orçamento geral de Estado…
Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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