domingo, 7 de julho de 2013

[Opinião +D] Juventude versus política

Há poucos dias, ouvi um comentário que me fez recordar uma conversa recente com um amigo. Falávamos da falta de interesse dos jovens pela política e o comentário fazia referência à ausência de juventude nos mais recentes protestos e manifestações de rua e a que temos assistido, no nosso país, nos últimos tempos. Esta ausência é, também, visível nos partidos, movimentos e associações cívicas.

É verdade que a maioria da população tende a ser cada vez menos jovem. Também é verdade que a esperança média de vida tem dia vindo a subir e, portanto, hoje em dia é normal considerar-se uma pessoa de quarenta anos, um jovem.

Há quem afirme que a falta de interesse dos jovens não é apenas pela política mas também pela cultura, pela literatura, pela história, pela filosofia, etc. Contudo, olhando para os jovens que conheço mais intimamente não posso concordar totalmente com este tipo de afirmação e, a ser assim, a culpa será unicamente dos nossos jovens?

Este estado de coisas deve-se a quê? Na minha opinião, à falta de orientação para que esse interesse surgisse. Na verdade a maioria dos jovens ouve os seus pais a falar mal dos políticos e da política. São comuns expressões como: “são todos iguais”, “isto é mais do mesmo” e outras que tais ou até bem piores. O descrédito é, assim, a consequência mais que lógica.

Quem são os pais que comentam e/ou falam seriamente de política com os seus filhos ou à frente dos seus filhos? Quantos já os levaram a visitar o Museu da Presidência, a Assembleia da República ou qualquer outra instituição política. Quem oferece livros ou assiste como os seus filhos a um programa de televisão ou a um debate sobre política e se o fazem que tom utilizam para comentar o que vêm e ouvem? Não será um tom depreciativo e critico?

É pena que assim seja. É pena que não surjam mais jovens empenhados, activos e genuinamente interessados pela política. Jovens que não estejam ligados a apadrinhamentos e cunhas partidárias e que nas js apenas procuram um lugar para singrar facilmente na vida.

A juventude é, naturalmente, o período da vida em que o idealismo e o espírito de doação é maior. Não desperdicemos essa dádiva. Quem é pai/mãe, educador, familiar ou amigo tem o dever de incutir nos nossos jovens e crianças o gosto pela defesa dos interesses do país, pela cidadania e por uma democracia cada vez mais participativa.



Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade da sua autora

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