sábado, 7 de fevereiro de 2015

[Opinião +D] "Eu não quero morrer, eu não tenho que morrer!"

"Eu não quero morrer, eu não tenho que morrer!"
Esta foi a indignação de José Carlos Saldanha, doente de Hepatite C há vários anos, à comunicação social depois da audição que decorreu esta quarta-feira, na Comissão Parlamentar da Saúde. Este homem, que se encontra desesperado e que “está na fila para morrer”, como o próprio diz, apenas quer o tratamento de uma doença que até já tem cura.
Este homem está certo em lutar pelos direitos constitucionais do direito da vida e do direito a ter cuidados de saúde.
Eu não posso imaginar o desespero de saber que o que lhe pode salvar a vida já se encontra no INFARMED e que não a salva por falta de despacho do Sr. Ministro da Saúde. É no mínimo imoral.
Mais do que isso, este homem propôs ao Ministério da Saúde pagar metade da avultada despesa que ascende aos 40 mil euros. A resposta ainda tarda achegar.
O valor deste medicamento tem vindo a baixar nos últimos meses uma vez que, finalmente, o ministério entrou em negociações com as farmacêuticas, mas a grande questão aqui é: porque é que não o fez antes? Há um ano que o medicamento está em comercialização. Não haveria urgência suficiente neste assunto para que as negociações tivessem começado antes? Quantas mais pessoas precisam morrer?
Estamos a falar de vidas humanas que podem ser salvas e que por negligência ao mais alto grau não têm qualidade de vida ou de outras que partem para não mais voltar.
BASTA!

Ricardo Trindade Carvalhosa  (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.


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