quinta-feira, 10 de julho de 2014

[Opinião +D] Políticos novos, práticas antigas…

A deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Santarém, Fabíola Cardoso, apresentou uma Recomendação na reunião do passado dia 30 para a implementação de uma nova experiência de Orçamento Participativo neste concelho. Nada de transcendente ou de muito radical… Uma prática corrente em diversíssimos municípios do nosso país, incluindo vários com presidentes eleitos pelo PSD como por exemplo, Ovar. Tratava-se de um documento com muito sentido e muito bem elaborado, apesar de, obviamente, exigir uma discussão e estudo pormenorizados e detalhados.
Como quase todos saberão, não tenho qualquer afinidade com o Bloco de Esquerda ou com as suas posições, nem sequer e talvez ainda menos com as suas formas de as procurar implementar. Mas tenho, espero bem, uma qualidade que infelizmente não é generalizada. É que procuro ver a justiça e oportunidade das propostas de cada um por si mesmas e independentemente da sua proveniência.
Vem isto a propósito desta Recomendação ter sido liminarmente rejeitada nesta Assembleia com os votos contra, pasme-se, do PSD e a abstenção da CDU!
Mais uma vez, os deputados municipais do PSD nesta Assembleia não pararam para pensar na justeza e oportunidade da proposta, na sua relevância e aceitação em diversos municípios. Não pararam para pensar na importância que os Orçamentos Participativos têm muito também nas freguesias não urbanas de um concelho como Santarém. Optaram sim por votar contra, mais uma vez certamente por esta ter sido uma proposta da agora oposição durante a campanha autárquica passada!  
Isto vem sendo a prática corrente da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Santarém já com variados exemplos. E como pode?! No mínimo, é feio fazê-lo. Não contribui em nada para o bem do concelho e da sua população; talvez contribua sim para elevar o ego de um ou de uns quantos membros desta Assembleia que julgam que assim poderão ter mais hipóteses de ascensão política a nível nacional. Pensam talvez que a política ainda se faz assim. E o mal é que, do ponto de vista dos benefícios pessoais, até talvez estejam certos…
E é pena que assim seja. Mais ainda quando, em minha opinião, o executivo municipal e em particular do seu presidente têm tido uma postura de procura de consensos (é bem certo que nem sempre conseguidos) e de bom relacionamento em geral com as outras forças políticas e com as populações.
Se houvesse tino na nossa política…
Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.  

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