sábado, 19 de julho de 2014

[Opinião +D] Assembleia Popular de Algés e o Partido Espanhol “Podemos”

Fui desafiado por um amigo (o Pedro Sousa) a ir pela primeira vez a uma assembleia popular em que foram convidados alguns membros do partido espanhol “Podemos”. Esta assembleia é no fundo um espaço onde ordenadamente todos podem falar livremente e expor as suas ideias do que entendem ser melhor para a sua sociedade.

Este partido, o Podemos, que recentemente conseguiu de uma forma instantânea colocar 8 deputados no Parlamento Europeu, conseguiu reunir em torno de si muitos movimentos populares de contestação para fazer um partido que surge porque os espanhóis assim o pediram uma vez que se não saísse de um simples movimento de contestação não tinham possibilidades, na sua anterior condição, de mudar a governação de Espanha. Por esta razão formaram partido e fizeram-se ser o que são, um partido que a meu ver (e isto é mera opinião) é um partido de “democracia participativa”.

Como sabem, pois não escondo isto a ninguém, para além das minhas funções dentro da Associação +D - Democracia em Movimento, estou com outros populares num outro movimento muito similar ao Podemos, que se quer tornar partido, embora sem estarmos com conotações de esquerda ou direita, falo do Mais Democracia Participativa (+DP). Daí também ter algum interesse no caminho feito por movimentos ou partidos similares e ver como é que posso dar o meu contributo à nossa nação.

Achei curioso o facto do seu modo de financiamento ser através do chamado “crowdfunding” que no fundo é um meio popular de angariação de dinheiro. Segundo o “Jesús” (membro do Podemos) tudo foram donativos das pessoas, o local de sede de campanha, a suas publicidades e propagandas, o seu site, etc. Tudo foi e é financiado por “crowdfunding” o que quererá dizer que a sociedade espanhola está mais ávida, neste momento, a ajudar a sair da situação de dívida (ou pelo menos contestá-la) e mesmo assim vai ajudando quem quer mudar o sistema. Também achei curioso a facilidade de resposta de muitos dos seus apoiantes ao apelo à participação e como, em menos de cinco meses, cidadãos comuns fizeram um partido que já tem expressão política num país como Espanha e que tem um território bem maior que Portugal, bem como houve a possibilidade de fazer a união de diferentes movimentos com comunhão de interesses. Também achei curioso que em mais ou menos cinco meses conseguiram recolher as suas assinaturas necessárias que fiquei com a noção de que são mais do que as nossas 7500 para o mesmo fim.

Mas o mais curioso é que o Podemos assumiu na Assembleia Popular de Algés que o seu programa é mera questão burocrática, uma vez que o programa é feito pelo que os cidadãos espanhóis possam propor para votação e isso sim é que vai para a frente. Gostaria que os cidadãos portugueses tivessem esta mesma confiança nos novos movimentos que se querem tornar num partido político, bem sei que há diferenças e que por isso somos dois povos diferentes.

Por último dizer que: se eles podem, porque é que nós não podemos?

Ricardo Trindade Carvalhosa  (membro da Coordenação Nacional do +D)



Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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