De
banqueiro respeitado, íntegro, competente e influente a corrupto, corruptor,
malfeitor e arguido foi um ápice!
Não,
não vou aqui falar do BES, nem do GES, nem da RioForte, nem sequer da família
Espírito Santo ou de Ricardo Salgado, em particular. Isso foi o que já fizeram
nas últimas semanas e continuarão a fazer nas próximas quase dez milhões de
portugueses.
Interessa-me
sim aqui realçar a volatilidade, a mutabilidade que existe na forma como vemos
e definimos os outros. A facilidade com que achamos que alguém é de superior
carácter, de superior inteligência, de superiores conhecimentos, e a ainda
talvez maior facilidade com que passamos a desprezar essa mesma pessoa por
vezes pelas mesmas características pelas quais a idolatrámos. A forma como
consideramos determinadas pessoas como suprassumos nisto ou naquilo, algo que
nós consideramos que nunca conseguiríamos atingir, só pela projeção mediática
que têm, pelo que se evidenciam e pelos cargos que ocupam, e que, quando as
conhecemos mais no âmago, verificamos que são um flop.
Costuma-se
dizer que se passa de bestial a besta quando, por motivos normalmente que
o próprio não controla e de que muitas vezes nem sequer é responsável, deixa de
ser considerado pela generalidade como superior em um ou mais aspetos e passa a
ser tido como inferior nesse mesmo ou nesses mesmos aspetos.
Mas,
neste caso do referido banqueiro, parece que foi mesmo um passar de bestial a
besta de alguém que de bestial nunca teve nada…
Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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