Urge um novo partido que
congregue o maior número possível de movimentos cívicos e políticos que, como é
tipicamente português, em vez de trabalharem em rede e de forma concertada,
insistem em remar cada um para seu lado, não percebendo que assim não chegarão
a lugar algum. Unidos, não seremos apenas mais. Chegaremos bem mais longe.
Urge um novo partido que fure
o bloqueio partidocrático que asfixia, cada vez mais, a nossa democracia, um
novo partido que promova as candidaturas independentes à Assembleia da
República, pois que só com esta concorrência os partidos existentes se irão
regenerar e abrir-se realmente. E não apenas de forma retórica e inconsequente,
como tem ocorrido.
Urge um novo partido que ponha
a nu a falta de representatividade da nossa classe política, que insiste em
defender causas sem o apoio do povo. Um exemplo paradigmático disso foi a causa
da “regionalização”. Todos os partidos a defendiam, até que um referendo pôs a
nu essa falta de apoio popular. Façamos, pois, mais referendos – a nível
nacional e local. Há uma vasta série de “vacas sagradas”, há muitos falsos
consensos à espera de serem desmentidos. Ou será que a nossa classe política,
que se diz democrática, tem na verdade medo do povo?
Urge, sobretudo, um novo
partido que estilhace de vez a “vaca sagrada” do sectarismo esquerda-direita,
que tem viciado todo o nosso debate político, dentro e fora da Assembleia da
República. Um novo partido que escandalize não a opinião pública mas a opinião
publicada, votando a favor de propostas vindas da “esquerda” e da “direita” –
não pela sua proveniência, apenas pelo seu mérito próprio. Isso já será,
acreditem, uma grande Revolução.
Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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