segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

[Opinião +D] Urge um novo partido…

Urge um novo partido que congregue o maior número possível de movimentos cívicos e políticos que, como é tipicamente português, em vez de trabalharem em rede e de forma concertada, insistem em remar cada um para seu lado, não percebendo que assim não chegarão a lugar algum. Unidos, não seremos apenas mais. Chegaremos bem mais longe.

Urge um novo partido que fure o bloqueio partidocrático que asfixia, cada vez mais, a nossa democracia, um novo partido que promova as candidaturas independentes à Assembleia da República, pois que só com esta concorrência os partidos existentes se irão regenerar e abrir-se realmente. E não apenas de forma retórica e inconsequente, como tem ocorrido.

Urge um novo partido que ponha a nu a falta de representatividade da nossa classe política, que insiste em defender causas sem o apoio do povo. Um exemplo paradigmático disso foi a causa da “regionalização”. Todos os partidos a defendiam, até que um referendo pôs a nu essa falta de apoio popular. Façamos, pois, mais referendos – a nível nacional e local. Há uma vasta série de “vacas sagradas”, há muitos falsos consensos à espera de serem desmentidos. Ou será que a nossa classe política, que se diz democrática, tem na verdade medo do povo?

Urge, sobretudo, um novo partido que estilhace de vez a “vaca sagrada” do sectarismo esquerda-direita, que tem viciado todo o nosso debate político, dentro e fora da Assembleia da República. Um novo partido que escandalize não a opinião pública mas a opinião publicada, votando a favor de propostas vindas da “esquerda” e da “direita” – não pela sua proveniência, apenas pelo seu mérito próprio. Isso já será, acreditem, uma grande Revolução.







Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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