Nos últimos dias, desde a morte de
Mandela, muito se tem falado deste Homem nos diferentes órgãos de
comunicação social e até entre as pessoas nos cafés e aqui e ali. Os que
conhecem melhor a sua vida, com comentários mais corretos. Os que a
conhecem pior (ou mesmo muito pouco), relatando atabalhoadamente como
seu conhecimento próprio o que ouviram minutos antes a outros
aparentemente bem sabedores.
Mas ainda
bem que se fala de Mandela! Pelo menos que se fale e que se elogie, mal
não fará se se venerar mesmo, de alguém que só pode ser um exemplo e,
por outro lado, uma vergonha para (quase) todos nós. Ao menos que isso
aconteça depois de morto já que quando de apoio mais precisou, não o
teve assim tão generalizado pelo mundo fora, a começar pelos nossos
dirigentes portugueses ao mais “alto nível”!
Mas
digo que a sua vida também deve ser motivo para nos envergonharmos, não
é dele obviamente, é de nós mesmos. Envergonharmo-nos de sermos
passivos, de sermos amorfos, de nada fazermos para MUDAR, a não ser
falar e criticar na nossa zona de conforto.
Que
a vida de Mandela, que o seu sofrimento e a sua luta, tenham não só
servido para acabar com o apartheid, para libertar o seu povo, mas que
constitua agora, na hora da sua morte, um abre-olhos para muitos; que a
vergonha que devemos sentir ao comparar-nos, nos desperte para
sermos cada um de nós um pequeno mandela…
Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)
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