Ainda que acredite que, hoje em dia, a dicotomia convencional esquerda-direita esteja verdadeiramente ultrapassada, a verdade é que até para efeitos de futuros e eventuais posicionamentos de um possível partido político que siga os princípios da democracia participativa e direta é importante responder a esta pergunta: um partido de Democracia Participativa seria um partido de Direita ou de Esquerda?
A questão pode levar a um extenso debate e está bem além dos limites estreitos destes artigos de opinião, mas pode ser abordada de forma sumária: existem duas formas de classificar um partido à "esquerda" ou à "direita":
1. Em função da preferência pela primazia da tradição frente à inovação social e económica
2. Em função da primazia pelo indivíduo (Direita) perante o coletivo (Esquerda)
Nestes dois eixos, um eventual (e inexistente) Partido da Democracia Participativa posiciona-se claramente pela banda da inovação dos métodos democráticos e de novas e mais amplas formas de participação política dos cidadãos, logo será - neste eixo - de "esquerda". No segundo, contudo, o posicionamento é menos claro... se por um lado, um partido de Democracia Participativa defende os interesses e preocupações do indivíduo, garantindo que este tem um peso efetivo e direto em todas as decisões que lhe dizem respeito, por outro, os seus mecanismos implicam que em votações (simples ou por maioria) a vontade do indivíduo pode ser contraditada pela do coletivo, logo, esse eventual partido seria de... "esquerda"...
Qual é a vossa opinião?
Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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