quarta-feira, 23 de abril de 2014

[Opinião +D] Mudança de Paradigma

A queda do muro de Berlim é o símbolo do fim do comunismo, enquanto mundo-visão alternativa à concepção do progresso a que se designa de "Capitalismo". Essa queda, essa imposição (por deserção) do Pensamento Único capitalista fez largar de forma descontrolada um novo "diktat" económico e financeiro que se impôs a todo o globo, esmagando tudo e todos à sua frente.
Onde havia antes contraposição entre Capitalismo e Comunismo temos hoje o monolitismo capitalista que usa a democracia como uma ferramenta de poder, controlando a produção e distribuição de informação, impondo condições laborais cada vez mais draconianas e contando sempre com uma partidocracia dócil e manietada por muitas e cruzadas formas de influência.
Depois da dualidade capitalismo-comunismo, do monopólio capitalista, urge preparar uma nova fase, uma fase abra espaço a novas formas de expressão cidadã, de dinâmicas de participação política e cívica. Essa nova fase corresponde também a uma nova dicotomia, desta feita a uma dicotomia democracia representativa (aquela que se deixou enredar na teia do poder económico-financeiro) versus democracia participativa.
De um lado, a democracia "institucionalizada", profissionalizada, aparelhística e sequestrada dos partidos atuais. Do outro, uma democracia dos cidadãos, aberta à participação, de partidos transparentes, dinâmicos, não profissionalizados, basistas e profundamente democráticos. Esta é a nova dualidade criativa, geradora de tensões dinâmicas e estimulantes para o progresso social e crucial para revivificar a nossa democracia.

Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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