domingo, 8 de setembro de 2013

[Opinião +D] Queira saber

Com a aproximação das eleições autárquicas, a realizar no dia 29 de Setembro, apresentam-se para além dos candidatos à presidência das autarquias, das assembleias municipais e das juntas de freguesias, os restantes candidatos que fazem parte das respectivas listas e quase, simultaneamente, apresentam-se os programas, as propostas e cartas de intenções que todos estes querem vir a realizar.
Mas para além dos candidatos e elementos dessas listas, quem  conhece realmente esses programas/propostas? Até que ponto estes são originais e apelativos? E, por último, mas mais importante, até que ponto correspondem e são fruto das reais necessidades das comunidades locais? Conhecerão, verdadeiramente, os candidatos as comunidades e os eleitores que se propõe representar e defender? Sabemos bem que, infelizmente, nem sempre é assim. Pois em vários casos o cabeça de lista é, muitas vezes, um mero representante do partido e serve, acima de tudo, para defender os seus interesses.
É um facto que os candidatos partidários continuam a gastar “pequenas fortunas” em outdoors e publicidade, que mais cedo ou mais tarde, serão pagos por todos nós e que, a meu ver, muito pouco tem de original. Este ano aconteceu, ainda, um fenómeno curioso, os representantes dos grandes partidos parecem ter vergonha do símbolo pelo qual concorrem e este, ou não aparece, ou quase mal se vê. Outro fenómeno curioso é a semelhança de cores e de grafia. Em Lisboa, por exemplo, quase se confundem os cartazes dos, tradicionalmente, dois maiores partidos. Pergunto-me se os candidatos não se sentem incomodados mas pelos vistos não.
O nosso país vive um momento único que pode transformar-se num momento de real mudança. São muitos os que se sente desiludidos com os partidos políticos, com quem nos tem governado nas últimas décadas e com quem hoje tem lugar na Assembleia da República. Mas os ocupantes de cargos públicos, eleitos democraticamente, estão nos seus cargos para nos representar. Portanto sejamos exigentes com quem elegemos. Não nos contentemos em colocar uma cruz no boletim de voto de quatro em quatro anos.
Seria bom que ao votar conhecesse o programa dos candidatos à sua junta de freguesia, conhecesse e soubesse qual a forma de pensar daqueles que serão os seus representantes na Assembleia Municipal e soubesse quem é e que ideias defende o candidato em que vai votar para a sua autarquia. Só assim, o seu, será um voto em consciência e um voto válido. Não se contente com uma rotatividade e/ou continuidade em que apenas sabe que será “mais do mesmo”. Por tudo isto queira saber quem está a eleger.



Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade da sua autora

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